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Parecer sobre Pablo Neruda ainda não confirma possível envenenamento, diz juíza

Membros da família do poeta discordam sobre assassinato do autor durante ditadura argentina

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Axl Hernandez
Santiago (Chile) | AFP

O painel de especialistas que investiga o possível envenenamento do poeta Pablo Neruda em 1973 entregou seu relatório nesta quarta-feira (15) à juíza chilena que estudará o caso enquanto segue em fase de investigação.

O documento reforça a tese de que o poeta morreu por uma infecção de botulismo, potencialmente por envenenamento.

O poeta e diplomata Pablo Neruda em 1971 - AFP

"O tribunal não tinha conhecimento destes dados até o dia de hoje", disse Paola Plaza, que está à frente da investigação que começou há mais de uma década, em uma conferência de imprensa. De acordo com juíza, o próximo passo envolve revisão, estudo, ponderação e apreciação para que o tribunal defina o resultado.

Rodrigo Reyes, sobrinho do poeta e advogado, disse à AFP que o laudo confirma a tese do assassinato do escritor. "Está claro que esta bactéria é uma arma biológica que foi injetada em Pablo Neruda, e poucas horas depois ele morreu".

Já Bernardo Reyes, sobrinho neto do autor, está na parte da família que discorda da tese. "A conclusão científica não conseguirá determinar sua associação a um ato homicida. Sem mencionar que, em 1973, ainda não aconteciam durante a ditadura, assassinatos com técnicas químicas".

O painel de cientistas responsável pelo relatório é o terceiro a investigar a causa da morte de Pablo Neruda. Os especialistas do Canadá, Dinamarca e Chile que participaram da pesquisa refutaram a possibilidade de que o poeta tenha morrido de câncer, como diz seu atestado de óbito.

Neruda morreu 12 dias depois de Pinochet assumir o poder através de um golpe de Estado. A causa da morte alegada no atestado de óbito, câncer de próstata, foi descartada por uma investigação aberta pela Justiça em 2011, mas voltou a ser defendida em 2013 pelo primeiro painel de especialistas que se debruçou sobre o caso.

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