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Looks no Oscar, cheios de brilho, destacaram princesas subversivas

Tons claros deram holofote a nomes como Michelle Yeoh e Sofia Carson, enquanto homens tentaram escapar do preto

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Manu Carvalho

É stylist e consultora de moda

São Paulo

O ano de 2023 tem sabor de ano novo, de página virada, depois de dois anos de pandemia e isolamento social. Depois da volta em grande estilo do Réveillon e do Carnaval, neste domingo, o Oscar refletiu essa euforia no tapete vermelho —que, aliás, foi champanhe, por sugestão dos consultores do evento, Lisa Love, colaboradora da Vogue, e Raùl Àvila, diretor criativo do Met Gala, para destacar os looks elegantes utilizados na cerimônia.

Michelle Yeoh no tapete vermelho do Oscar 2023 - Mike Coppola/Getty Images/AFP

Nas últimas premiações os convidados, com escolhas mais comedidas sintetizaram o bom senso —como os vestidos sóbrios de Jamie Lee Curtis e Zoe Kravitz em 2022—e os mais exagerados —o longo look verde de Jada Pinkett Smith na ocasião— atraíram todo tipo de julgamento e torcidas de nariz.

Nesse ano, porém, logo após as passarelas internacionais afirmarem uma moda livre e tão borbulhante como um bom champanhe, já era de se esperar uma estética plural e os mais variados estilos.

É tempo de cor, brilho, transparência, volume e corpo à mostra. O clima é de subversão e diversão. Na moda feminina, o Oscar foi liderado por princesas, fadas e sereias. Nesse contraponto, o branco —de recomeço, de leveza, de brilho— foi uma das cores mais presentes na noite.

Vide Sofia Carson, num vestido de princesa com saia gigante, de Giambattista Valli, e Emily Blant, em um tomara que caia de mangas compridas de Valentino. Destaque ainda para Michelle Yeoh, que para coroar seu favoritismo na premiação, chegou com um decote de coração e saia esvoaçante, da Dior.

Em brilhos mais literais, os metais estiveram em Ana de Armas, num modelo prateado de silhueta de sereia e cauda da Louis Vuitton, em Jamie Lee Curtis, de prata Dolce Gabbana com fenda e drapeado lateral, em Jessica Chastain, num geométrico Gucci e em Sigourney Weaver, num dourado de Vera Wang.

E o colorido veio forte na volta de Cara Delevigne, no mais puro "caiu na tinta" do vermelho de um ombro só e fenda profunda de Ellie Saab, em Angela Basset, de roxo Moschino, e Halle Bailey, mais uma princesa clássica de Dolce Gabbana.

Em paralelo, grandes estrelas apostaram no preto, como Lady Gaga —num belo desenho de ampulheta com corset em transparência e saia evasê de Versace—, Nicole Kidman —de Giorgio Armani, em paetês com efeito molhado e fenda ousada, pontuado por grandes flores— e Elizabeth Olsen —em um modelo minimalista com uma leve camada de chiffon na barra, entre um longuete e um longo, de Givenchy.

No Oscar vemos muitas mulheres de preto, e homens, então, com o clássico smoking —de costume preto, camisa branca e gravata borboleta—, mais ainda. É uma cor escudo, segura, com tantas vantagens que é sempre a escolha da maioria, e aí vira a cor dos invisíveis, a cor mais comum. Mas também é forte poderosa, e por isso a unanimidade.

A beleza foi o que chamamos de "de linda, de bonita", o mais natural possível e com muito batom vermelho. Nos cabelos, fios controlados e muito cabelo com efeito molhado da tendência de verão. Na joalheria, os diamantes predominaram, em combinações minimalistas, ancoradas por chokers.

Na moda masculina, também, mais homens tentaram sair da fórmula tradicional. Os costumes mais originais foram o de Harvey Guillen, adamascado e com paletó com peplum, de Christian Siriano, o de Dwayne Johnson, de cor de rosa ballet, nas palavras dele, de Dolce Gabbana e de Samuel Jackson, com paletó da Armani e gravata borboleta em cinza prateado.

Harry Shum Jr. no Oscar 2023 - Mike Coppola/Getty Images via AFP

É lindo ver ainda um clássico atual como o smoking de Austin Butler, com ombreiras marcada, de Saint Laurent, e o summer de Paul Mescal, de Gucci.

A festa mais importante do cinema mundial, com os profissionais mais celebrados, cada um em um ponto da carreira, com objetivos e desejos dos mais diversos, cria um cenário fashion bem heterogêneo —vemos do protocolar à licença poética, do realista ao visionário, do curto ao longo, do seco ao volumoso, do fosco ao brilhante, do pálido ao colorido.

Como espectadora, espero a surpresa de cada look nessas ocasiões. Por isso, meus preferidos foram os que saíram do lugar comum —Florence Pugh, de Maison Valentino, num mix jovem e inusitado e beleza de cabelo molhado, Michelle Williams de branco, num look com capa de chiffon de Chanel Couture, e Allison Williams de look cor-de-rosa, também com capa, de Giambatista Valli.

Entre os homens, o melhor look foi o de Harry Shum Jr., que usou um smoking estilizado em branco e azul marinho, com uma faixa como um obi, numa bela referência asiática, de uma marca feminina, a Adeam.

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