Por que Gilberto Gil defende Vinicius de Moraes como 'branco mais negro do Brasil'

Cantor abriu a Flup, festa literária das periferias no Rio de Janeiro, e disse que reforma agrária é como segunda abolição

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São Paulo

Durante abertura da Flup (Festa Literária das Periferias), realizada no sábado 13, no Rio de Janeiro, o músico e escritor Gilberto Gil defendeu o poeta Vinicius de Moraes em relação à famosa frase "o negro mais branco do Brasil".

Na ocasião, celebrada no dia em que a Lei Áurea completou 135 anos, a escritora Eliana Alves Cruz, que mediava a conversa, lembrou que Vinicius se reivindicava como negro, gerando um debate sobre a questão racial e a identidade do poeta.

O cantor Gilberto Gilm na Flup, a Festa Literária das Periferias, no Rio de Janeiro
O cantor Gilberto Gilm na Flup, a Festa Literária das Periferias, no Rio de Janeiro - Eduardo Anizelli/Folhapress

Gil defendeu Vinicius. "Vinicius tinha todo o direito de se considerar negro, era a matéria negra poética e imagética que ele trabalhava. É uma reivindicação legítima, mais a favor do negro do que um autoelogio."

O cantor baiano ainda acrescentou que a discussão sobre a identidade racial é complexa e que Vinicius deu espaço para a cultura negra em suas obras.

"A herança que ele deixou para a música brasileira é a dimensão negra que está nitidamente nele, que foi um dos maiores poetas do Brasil e talvez o maior da musica popular", disse Gil.

Complementando Gil, o ator Haroldo Costa, que também fez parte da mesa de abertura, lembrou que Vinicius defendeu que a sua peça "Orfeu da Conceição" só deveria ser feita por atores negros.

A 13ª edição da Flup homenageou Machado de Assis e aconteceu no local onde o escritor nasceu. A proposta era levar a Academia Brasileira de Letras à periferia.

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