Cambistas formam fila para comprar ingressos de shows extras de Taylor Swift

Grupo com cerca de 20 pessoas se reuniu em frente ao Allianz Parque, que sediará as apresentações da cantora em São Paulo

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São Paulo

Poucos minutos depois que Taylor Swift anunciou datas extras para sua turnê "The Eras Tour" pelo Brasil, na tentativa de atender à demanda represada por ingressos, cambistas já formavam uma nova fila para a compra de ingressos na tarde desta segunda-feira (12).

Público forma fila para compra de ingressos de shows de Taylor Swift em frente ao Allianz Parque, em São Paulo - Danilo Verpa/Folhapress

Cerca de 20 pessoas, em sua maioria homens, se reuniram a poucos metros de distância da bilheteria do Allianz Parque, em São Paulo, onde acontecerá apresentações nos dias 24, 25 e 26 de novembro, uma semana depois dos shows no Rio de Janeiro, marcados para os dias 18 e 19. A venda para as datas extras começa na próxima segunda-feira (19).

Em condição de anonimato, uma mulher afirmou à Folha que era cambista, assim como os demais que formavam a fila. Ela disse que a agitação era fruto de uma disputa entre grupos de revendedores que respondiam a diferentes chefes, que revendem os ingressos por preços até dez vezes maiores na internet. A prática é ilegal.

A nova fila se formou depois que os cambistas entraram em confronto com os fãs da cantora americana durante o final de semana. À reportagem, jovens e adolescentes que estavam acampados desde domingo (11) disseram que foram ameaçados por pessoas que tentavam furar a fila para comprar ingressos destinados à revenda.

A confusão foi apartada por policiais militares, que estiveram no local em diferentes momentos. A situação foi parecida em frente ao estádio Nilton Santos, que vai sediar os shows no Rio.

Procurada pela Folha, a T4F, produtora responsável pelos shows, não se manifestou. O Procon-SP pediu que a empresa explicasse o motivo do rápido esgotamento dos ingressos e das revendas por cambistas. A deputada Erika Hilton, do PSOL, pediu ao Ministério Público que a confusão seja investigada.

Maria Eduarda Siqueira, de 15 anos, fez uma viagem de quatro horas de ônibus de São João da Boa Vista, a cerca de quatro horas e meia da capital paulista, para tentar garantir seu ingresso. Ela disse ter entrado na fila às 11h da manhã de domingo, quando havia cerca de 200 pessoas à sua frente em uma espera que considerou organizada.

Por volta das 17h, no entanto, os cambistas começaram a chegar e causaram confusão, diz ela. "Eles tentaram pular a grade para furar a fila. Quando não conseguiam, empurravam a grade", afirma a estudante, que disse ainda ter visto um homem agredir um rapaz porque ele não quis ceder seu lugar.

A adolescente diz ter ligado três vezes para a Polícia Militar, até que os agentes chegaram em uma viatura e retiraram alguns homens da fila. Eles, no entanto, teriam entrado novamente na espera após a saída dos PMs, segundo Siqueira.

Seu relato encontra eco no de Juliana da Silva, de 18 anos, que entrou às 21h na fila. Com mais quatro amigos, ela passou a noite em frente ao estádio. Ela conta que o grupo mal dormiu, por medo de agressões ou de perder seus lugares. "Tem cambista que comprava ingresso e já revendia no final da fila", diz.

Os fãs relatam que, na madrugada, os organizadores colheram o nome completo e RG de todos que estavam na fila. Maria Eduarda e Juliana, por outro lado, não conseguiram seus ingressos. Às 15h de segunda, a bilheteria anunciou que os ingressos estavam esgotados. Os fãs, revoltados, começaram a gritar e foram dispersados pela PM. Os cambistas permaneceram no local.

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