Polícia retira cambistas de fila de show de Taylor Swift em São Paulo sob aplausos

Vinte pessoas foram detidas no Allianz Parque e levadas à delegacia para prestar depoimento nesta segunda-feira

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São Paulo

A compra de ingressos para os shows de Taylor Swift amanheceu nesta segunda-feira com uma operação da Polícia Civil para retirar cambistas da fila. O deputado federal Celso Russomanno, do Republicanos, também estava presente.

Cerca de 30 suspeitos foram detidos pela Polícia Civil e encaminhados à Primeira Delegacia do Consumidor para prestar depoimento, sob aplausos de fãs na fila.

Suspeitos de cambismo são revistados em frente ao Allianz Parque durante a venda de ingressos para os shows de Taylor Swift
Suspeitos de cambismo são revistados em frente ao Allianz Parque durante a venda de ingressos para os shows de Taylor Swift - Danilo Verpa/Folhapress

Num primeiro momento, a polícia retirou da fila quem não possuía o cartão do C6 Bank, visto que os clientes da instituição são os únicos que podiam comprar ingressos hoje, na pré-venda.

Em seguida, os policiais questionaram quem não possuía o mesmo nome no RG e no cartão de crédito levado. Alguns cambistas admitiriam aos policiais que recebiam R$ 100 por dia para comprar os ingressos.

Na noite deste domingo, a T4F, produtora responsável pela venda de ingressos para os show de Swift, se manifestou nas redes sociais após receber criticas quanto à organização para a venda de tíquetes. A empresa afirmou que, após reuniões com a Policia Civil, aumentaria a fiscalização contra cambistas.

Um grupo de fãs que preferiu não se identificar estava emocionado após conseguir comprar os ingressos. Eles afirmaram estar há uma semana acampados diante do Allianz Parque, mas não tiveram sucesso na segunda-feira passada.

Segundo o delegado da Primeira Delegacia do Consumidor, Paulo Alberto Mendes Pereira, o objetivo da operação era impedir a revenda de ingressos a preços mais altos e identificar os autores do cambismo, pratica configurada como crime contra a economia popular.

"Muitas pessoas estão aqui com cartão em nome de terceiros e senha anotada. Quando indagamos quem é o proprietário do cartão ou para quem são os ingressos, não sabem informar. Nesse caso, estamos encaminhando para a delegacia para prestar depoimento e apreendermos o cartão", afirmou.

Em seguida, os suspeitos serão liberados. Segundo ele, a polícia será cautelosa para não cometer injustiças.

Diretor de fiscalização do Procon-SP, Marcelo Pagotte afirmou que uma equipe de análise está simulando a compra de ingressos online pela plataforma oficial para verificar se a fila eletrônica está sendo respeitada. "Recebemos reclamações de pessoas não conseguiram comprar ingresso, sendo que havia um numero de ingressos disponíveis que garantiria a compra."

Davi Jorge dos Santos, de 18 anos, estava na fila desde domingo para comprar seu ingresso e criticou a ação dos policiais. Ele contou que dividia uma barraca com outras pessoas, mas só ele e um dos amigos, ambos negros, foram retirados da fila por discrepância entre o nome do cartão e do RG, embora o sobrenome do cartão, de seu pai, fosse o mesmo que o seu. "Eles estão enquadrando só pessoas negras."

Taylor Swift se apresenta no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro. Depois, segue para São Paulo, onde os shows estão marcados para os dias 24, 25 e 26 do mesmo mês.

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