São Paulo se candidata à Rede de Cidades Criativas da Unesco na categoria música

Prefeitura afirma que iniciativa é uma forma de integrar capital à economia criativa global e incentivar desenvolvimento social

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

São Paulo

A Prefeitura de São Paulo lançou a candidatura da capital para integrar a Rede de Cidades Criativas da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura.

Criada em 2004, a rede estimula trocas de experiências e promove a cooperação entre cidades que usam a arte como instrumento do desenvolvimento social sustentável.

0
Virada Cultural 2023, no palco Anhangabaú, com Baiana System - Bruno Santos/ Folhapress

A iniciativa contempla sete áreas temáticas —artesanato e artes populares, artes midiáticas, cinema, design, gastronomia, literatura e música, eixo no qual a capital paulista está concorrendo.

"São Paulo tem grandes artistas e nomes da música brasileira. Além disso, temos uma diversidade musical que vai de Adoniran Barbosa, Racionais à Rita Lee", diz Marta Suplicy, secretária municipal de Relações Internacionais.

"A cidade ainda abriga os principais festivais do país", diz ela, referindo-se a eventos como a Virada Cultural, Lollapalooza e The Town. "Então, não tem sentido ficarmos de fora da rede, principalmente em uma área como a música."

A rede da Unesco tem cerca de 250 membros, sendo 12 cidades brasileiras. São elas Florianópolis, com gastronomia, Curitiba, com design, Belém, com gastronomia, Santos, no litoral paulista, com cinema, Salvador, com música, Brasília, com design, Paraty, no litoral fluminense, com gastronomia, João Pessoa, com artesanato e artes populares, Fortaleza, com design, Belo Horizonte, com gastronomia, Campina Grande, na Paraíba, com artes midiáticas, e Recife, com música.

De acordo com o governo federal, o Brasil é o terceiro país que mais tem cidades no sistema de cooperação, atrás da China e da Itália.

São Paulo já havia tentado fazer parte da rede na área de gastronomia, mas acabou perdendo para Belo Horizonte.

"Mas estamos bastante otimistas dessa vez", diz Suplicy, acrescentando que integrar o grupo traz benefícios à cidade e aos seus artistas. "Abre a possibilidade de colocar São Paulo no centro da economia criativa global. Isso gera um potencial de atração de investimento. Não estar dentro desse sistema é um tipo de isolamento." O resultado deve sair no dia 31 de outubro.

"Nós estamos há meses planejando essa candidatura. Já tivemos apoios como o do Sesc, da Academia Paulista de Letras e da Liga das Escolas de Samba. Mais do que um título, ser uma cidade criativa é um compromisso de trabalho e uma interação internacional", diz Suplicy.

Para integrar a rede, as cidades devem ser indicadas pelo Ministério das Relações Exteriores. Depois dessa fase, elas são avaliadas por peritos culturais e da indústria criativa, com foco no eixo temático escolhido.

As cidades devem reconhecer a importância do desenvolvimento sustentável e inclusivo e se comprometer a inserir a cultura e a criatividade na implementação da Agenda 2030 —plano de metas da ONU para atingir daqui a sete anos um mundo melhor para todos os povos e nações.

Uma vez selecionada, as cidades precisam compartilhar suas melhores práticas e desenvolver parcerias que envolvam o setor público, privado e a sociedade civil.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.