Lançado durante o Festival Sundance do ano passado, o documentário "Nothing Compares" retraça a árdua trajetória de Sinead O'Connor, que morreu aos 56 anos nesta quarta-feira. A diretora Kathryn Ferguson registra a vida da cantora e compositora irlandesa através de lentes feministas.
O filme, ainda inédito no Brasil, acompanha a breve ascensão da cantora nos anos 1990, quando tinha 23 anos, e seu posterior exílio da cena da música pop. Resgata ainda a infância de O'Connor, que sofreu abusos físicos e sexuais de sua mãe —a cantora já disse em entrevistas que ela tinha uma "câmara de tortura" em casa, para castigar os filhos, e que ela sentia prazer em causar dor nos outros.
O documentário também lembra o episódio em que O'Connor se indispôs com o Vaticano. No programa "Saturday Night Live", em 1992, rasgou as fotos do papa João Paulo 2º para chamar a atenção para as denúncias de abuso sexual contra membros na sede da Igreja Católica.
"Não me arrependo de fazer isso. Foi brilhante, mas também muito traumatizante. Foi a abertura da temporada de caça. As pessoas me trataram como uma vadia louca", comentou a cantora, em uma entrevista.
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