Bienal de São Paulo restringe acesso a obra de arte depois de criança quebrar o braço

Menino de dez anos se acidentou enquanto andava sobre os trilhos de trem de um trabalho do ganense Ibrahim Mahama

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São Paulo

Uma criança de dez anos quebrou o braço na Bienal de São Paulo após cair em uma instalação do artista plástico ganense Ibrahim Mahama, um dos nomes mais celebrados desta edição da mostra de arte.

O acidente aconteceu na última sexta-feira, quando o menino caminhava sobre a obra, um trilho de trem localizado na entrada do pavilhão onde o evento acontece, no parque Ibirapuera, em São Paulo. Depois do acidente, a Bienal decidiu restringir o acesso do público à estrutura.

Obra em que criança se acidentou na Bienal de São Paulo
Obra em que criança se acidentou na Bienal de São Paulo - Bienal de São Paulo

Em nota, a Bienal diz ter um time de orientadores treinados e distribuídos pelo espaço para a instrução do público, além de extensa sinalização.

"Lamentavelmente houve uma intercorrência, embora houvesse fiscalização por orientador de público e grande audiência naquele espaço. Após o ocorrido, optou-se por restringir o acesso do público aos trilhos por medida de precaução."

A peça é recuperada da empresa ferroviária de Gana, da época em que o país era uma colônia britânica, do final do século 19 até a metade do século 20.

A obra é herança de um tempo em que mercadorias e pessoas escravizadas eram transportadas de trem na região sul do país. Mahama resgata estruturas coloniais para refletir sobre o passado e dar a elas novos significados.

A editora de livros Ana Maria Fiorini, mãe da criança, conta que o filho e um amigo caminhavam no trilho enquanto esperava o começo de uma palestra da artista Grada Kilomba, que é também uma das organizadoras desta edição da mostra paulistana.

"De repente, durante a roda de conversa, ouço um grito muito alto, mas achei que era uma outra criança, e não meu filho. Aí o amigo dele chegou desesperado, chorando muito e disse que ele tinha quebrado a mão feio", disse Fiorini.

A editora diz que foi ao encontro da criança, que estava deitada sobre os trilhos, chorando e com a mão fraturada. O menino recebeu os primeiros socorros no pavilhão e foi encaminhado para um hospital, que constatou a quebra de dois ossos localizados no braço.

"Não quero piscina de bolinha, nada disso, mas acho que precisaria ter uma pessoa fiscalizando essa obra", diz Fiorini. "Foi uma situação intensa e emocionalmente desgastante. E ele teve sorte apesar de tudo. Não bateu a cabeça no trilho. Uma pancada poderia até ser fatal."

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