Descrição de chapéu The Town

Marina Sena chora e chama Gal Costa de maior cantora do mundo no The Town

Abrindo o último dia do festival, artista mineira interpretou os sucessos da tropicalista com muita personalidade e emoção

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São Paulo

Marina Sena reverenciou o legado de Gal Costa, morta em novembro do ano passado, no começo da tarde do último dia da primeira edição do The Town. O festival paulistano chega ao fim neste domingo, tendo Bruno Mars como atração principal.

A cantoraMarina Sena se apresenta no palco The One, durante show no quinto e último dia do The Town, evento realizado no Autódromo de Interlagos - Adriano Vizoni/Folhapress

A plateia ainda estava ocupando os espaços no palco The One quando Sena cantou à capela um trecho de "Fruta Gogoia". O público foi crescendo no decorrer do show, que teve tanto canções mais recentes, como "Quando Você Olha pra Ela", quanto sucessos como "Mamãe Coragem" e "Dê um Rolê".

A tarde de domingo no Autódromo de Interlagos, onde acontece o evento, dos mesmos criadores do Rock in Rio, teve forte calor. Ainda assim, o clima estava abafado, e o céu, na zona sul de São Paulo, estava repleto de nuvens.

"Canto Gal Costa desde que nasci", disse Sena, acompanhada da mãe, nos bastidores do palco. A tropicalista é a maior influência da cantora mineira, que chamou a homenageada de maior cantora do mundo e disse que ensaiar esse repertório foi como ter uma aula de canto.

Sena contou que cantava aos prantos a música "Mamãe Coragem" quando deixou a cidade de Taiobeiras, no interior mineiro, para tentar ser cantora em Montes Claros, também em Minas Gerais. Morando em São Paulo, ela tem dois discos bem-sucedidos em carreira solo.

A artista arrancou aplausos cantando de maneira afiada "Nada Mais", versão em português de "Lately", de Stevie Wonder, ao piano. Emendou "Flor de Maracujá" e "Vapor Barato", em que se esgoelou fazendo jus à composição de Jards Macalé e Waly Salomão eternizada por Gal.

Com uma voz aguda e anasalada, Sena trafega numa frequência adequada à de Gal Costa. Nem por isso, ela incorporou clichês e trejeitos da tropicalista, numa homenagem com personalidade que não se resumiu à mera reprodução.

Visivelmente emocionada, Sena conquistou o público com seu jeito sincerão. Lembrou que ela e Gal, librianas, nasceram no mesmo dia, disse que estava chorando antes de entrar em cena e que, a cada música que cantava, descia uma lágrima.

O show serviu também para expor a obra cantada por Gal a um público jovem que não era exatamente formado por fãs da baiana. Se não deixou a plateia em êxtase, evocou aplausos e gritos de quem estava no palco The One.

Ainda houve tempo para "Baby", "Brasil", "Como Dois e Dois", "Lágrimas Negras" e "Divino Maravilhoso". Em "Meu Nome É Gal", reproduziu a apresentação da tropicalista no meio música contando sua própria história, e também fez o "duelo" de voz e guitarra marcante da baiana. Já perto do fim, a plateia gritou seu nome.

Especialmente, quando cantou acompanhada apenas por piano ou guitarra, caso de "Força Estranha", Sena foi o centro das atenções. Foi um dos raros momentos no The Town em que a música se sobrepôs ao desinteresse usual do público do festival a tudo que não é hit de rádio —e às distrações de patrocinadores espalhadas pelo Autódromo de Interlagos.

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