A cineasta venezuelana Margot Benacerraf, uma das primeiras mulheres a participar do Festival de Cannes, faleceu nesta quarta-feira em Caracas aos 97 anos.
Sua família em comunicado anunciou com "profunda tristeza" a morte desta mulher considerada pioneira do cinema venezuelano.
Benacerraf ganhou em Cannes em 1959 o prêmio da Federação Internacional de Críticos de Cinema, a FIPRESCI, com o filme "Araya". O poético docuficção em preto e branco retrata a vida dos trabalhadores em uma antiga mina de sal no nordeste da Venezuela.
O prêmio foi dividido com "Hiroshima, Meu Amor", de Alain Resnais.
Anos antes, em 1953, Benacerraf participou do Festival de Cannes com "Reverón", documentário em homenagem ao pintor venezuelano Armando Reverón. Ele é considerado um dos artistas mais importantes do século 20 da América Latina.
A cineasta "não foi apenas pioneira no cinema, mas foi do grupo da nova onda latino-americana e não a mencionam em nenhum lugar, nem os homens lhe deram nenhum valor porque ela era a única mulher", disse Milvia Villamizar, responsável pelo acervo da Fundação Margot Benacerraf, em entrevista recente à AFP.
Benacerraf fundou em 1966 a Cinemateca Nacional da Venezuela que foi berço de novas gerações de cineastas, além de ter sido promotora de festivais cinematográficos no país.
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