Brasil terá versão nacional do Centro Pompidou, um dos principais museus do mundo

Instituição custará R$ 200 milhões e deve ser inaugurada até 2026, levando ao público obras de artistas latino-americanos

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São Paulo

O Centro Pompidou, um dos museus mais importantes do mundo, terá uma versão brasileira na cidade de Foz do Iguaçu, município paranaense a cerca de 636 quilômetros de Curitiba.

O acordo foi firmado nesta quarta-feira (17) entre o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e Laurente Le Bon, presidente do centro cultural francês.

 François Guillot - 7.jul.2017/AFP
O Centro Georges Pompidou, em Paris, visto do alto da torre Saint-Jacques - FRANCOIS GUILLOT/AFP

Batizado de Museu Internacional de Arte de Foz do Iguaçu, a instituição custará R$ 200 milhões e deve ser inaugurada até 2026. Ela levará ao público obras de artistas latino-americanos e trabalhos emprestados pelo Pompidou, espaço localizado em Paris que funciona como um centro multidisciplinar dedicado a correntes artísticas dos séculos 20 e 21.

A ideia é que a instituição brasileira tenha uma identidade parecida, mas não idêntica à do museu francês. "A gente quer construir um Pompidou com o nosso DNA latino-americano", diz Luciana Casagrande Pereira, secretária de Cultura do Paraná.

"Vamos dar ênfase à realidade do nosso território, trazendo artistas da América Latina. Além disso, queremos promover um diálogo desses artistas contemporâneos com o acervo que eles têm na França."

A latinidade se fará presente também no projeto arquitetônico do espaço, assinado pelo arquiteto paraguaio Solano Benitez —ganhador do Leão de Ouro da Bienal de Veneza em 2016. Além do renome internacional, ele foi escolhido porque costuma fazer projetos que respeitam as especificidades culturais dos lugares onde trabalha.

"Queríamos um nome que tivesse uma projeção internacional, mas que não fosse um estranho que não conseguisse respeitar o território", diz Pereira.

A arquitetura é um elemento importante, uma vez que o Pompidou é conhecido por sua sede transgressora.

Projetada pelos arquitetos Renzo Piano, Gianfranco Franchini e Richard Rogers, com a colaboração do britânico Edmund Happold, a edificação deixou muita gente em choque quando foi inaugurada, em 1977.

O prédio chegou a ser apelidado por franceses de "refinaria monstruosa" por lembrar um ambiente fabril.

O museu brasileiro, no entanto, não deve provocar a mesma celeuma. A ideia é apostar em elementos arquitetônicos que dialoguem com o meio ambiente. O objetivo é promover uma integração entre a estrutura do edifício, que ficará numa área de 24.000 metros quadrados, e o território ao redor, localizado próximo do Parque Nacional do Iguaçu.

"Sustentabilidade é um ponto fundamental para a gente na construção desse novo museu", diz a secretária.

As conversas com o Centro Pompidou para a construção do museu começaram em 2020, quando o governo do Paraná decidiu trazer uma instituição internacional para Foz do Iguaçu. Com isso, o poder público espera atrair mais turistas para a região e descentralizar o acesso à cultura.

"Vimos que o Centro Pompidou trabalha com satélites em países como Espanha e Bélgica. Mas ele ainda não tinha uma presença nas Américas."

A instituição também gerou interesse por ter uma abordagem multidisciplinar. "Não queríamos um museu que trabalhasse apenas com artes visuais, mas que trabalhasse com outras linguagens, como cinema, música e dança", diz Pereira. "E o Centro Pompidou tem o perfil que estávamos procurando."

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