O Guia Livros, Discos e Filmes, produzido pela equipe do 1º Programa de Treinamento em Jornalismo Cultural da Folha, convidou 39 nomes da cultura para indicar os destaques de 2018.
Confira as indicações de discos de rap feitas pelas cantoras Elza Soares e Laura Diaz.
Alice no País que Mais Mata Travestis
De acordo com números da Associação Nacional de Travestis e Transexuais, o Brasil foi o país que mais matou travestis e transgêneros em 2017. Com rimas e batidas fortes, a rapper travesti Alice Guél transformou a revolta diante dessa situação em música.
Nas quatro faixas do EP, ela denuncia a violência que sofre diariamente nas relações pessoais e no trato com instituições, como a polícia e a Igreja.
ARTISTA Alice Guél
GRAVADORA independente
QUANTO a partir de R$ 7,60 (iTunes)
QUEM INDICA Laura Diaz
Ambulante
“Original sem cópia” é o verso que marca o refrão de “Kaça”, single do segundo álbum de Karol Conká. Com letras que enaltecem a força da mulher, a curitibana mistura influências de várias fontes, como funk carioca, música eletrônica, reggae e soul. Todas as composições de “Ambulante” foram produzidas por Boss in Drama, codinome artístico do DJ e produtor Péricles Martins, um dos nomes da nova música eletrônica brasileira.
ARTISTA Karol Conká
GRAVADORA Sony
QUANTO R$ 39,90
QUEM INDICA Elza Soares e Laura Diaz
Bluesman
O rapper Baco Exu do Blues não toca a guitarra típica do blues. Na primeira faixa do disco, ele declara: “A partir de agora considero tudo blues/ O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues/ O funk é blues, o soul é blues/ Eu sou Exu do Blues/ Tudo que quando era preto, era do demônio/ E depois virou branco e foi aceito, eu vou chamar de blues”. Com faixas como “Me Desculpa Jay Z”, “Kanye West da Bahia” e “BB King”, o disco relaciona o cenário nacional com lutas e resistências norte-americanas.
ARTISTA Baco Exu do Blues
GRAVADORA independente
QUANTO a partir de R$ 8,99 (Google Play)
QUEM INDICA Elza Soares
Ultrassom
Depois de aparecer em “Deus É Mulher”, de Elza Soares, o rapper Edgar retorna explorando referências de ritmos nordestinos, música eletrônica e rock. O disco foi produzido pelo baterista Pupillo, um dos fundadores da Nação Zumbi.
Várias das críticas do cantor nas letras do disco são centradas na relação da sociedade com a tecnologia. O rapper reinventa clichês e frases de efeito com rimas que criam futuros distópicos, intercalando cenários públicos e privados.
ARTISTA Edgar
GRAVADORA Deckdisc e Polysom
QUANTO R$ 24,90 (CD)/R$ 99,90 (vinil)
QUEM INDICA Elza Soares
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