O Sindicato dos Comerciários de São Paulo --uma das maiores entidades de representação de trabalhadores do país-- também sente o efeito do fim do imposto sindical obrigatório.
O sindicato vendeu em junho deste ano um prédio comercial de oito andares na região central de São Paulo para reforçar seu caixa.
A entidade, em troca, recebeu R$ 10,3 milhões no negócio. O prédio fica na Rua Santa Ifigênia, polo de comércio eletrônico na capital paulista. Por mês, os aluguéis das salas rendiam R$ 42 mil.
Presidente do sindicato e da UGT (União Geral dos Trabalhadores), Ricardo Patah diz que a situação financeira dos sindicatos é delicada.
A central comandada por Patah, com mais de 1,3 mil sindicatos filiados no país, também enfrenta crise financeira, assim como a CUT.
Segundo Patah, 20 funcionários --metade do quadro a sede da central em São Paulo-- foram desligados. Em 2017, diz ele, a central havia recebido R$ 40 milhões oriundos da contribuição sindical —neste ano, foram R$ 4 milhões.
"Há um ano temos feito adequações financeiras, e os sindicatos também", afirma.
Em julho de 2017, foi aprovada pelo Congresso Nacional a reforma trabalhista.
As mudanças na CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) acabaram com o imposto sindical obrigatório e tornam a contribuição voluntária --o trabalhador precisa expressar seu desejo de financiar a entidade.
Na sexta-feira (29), o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a mudança é constitucional.
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