Descrição de chapéu Governo Lula

Após decisão de Zanin, Pacheco diz que governo Lula erra ao levar desoneração para '3º turno'

Presidente do Senado afirma que adotará providências políticas para que seja respeitada a opção do Congresso Nacional

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Brasília e São Paulo

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse, em nota, que o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "erra ao judicializar a política e impor suas próprias razões, num aparente terceiro turno de discussão sobre o tema da desoneração da folha de pagamento".

A pedido do Executivo, o ministro Cristiano Zanin, do STF (Supremo Tribunal Federal), suspendeu nesta quinta-feira (25) trechos da lei que prorrogou a desoneração da folha de 17 setores e cortou a alíquota previdenciária de prefeituras.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, e o presidente Lula em evento no Palácio do Planalto - Pedro Ladeira - 30.ago.2023/ Folhapress

Pacheco afirmou que respeita a decisão de Zanin e que buscará apontar os argumentos do Congresso Nacional ao STF pela via do devido processo legal.

"Mas também cuidarei das providências políticas que façam ser respeitada a opção do parlamento pela manutenção de empregos e sobrevivência de pequenos e médios municípios."

O presidente do Senado disse ainda que vai se reunir nesta sexta (26) com a consultoria e a advocacia da Casa para tratar do tema e convocará uma reunião de líderes.

Relator da proposta no Senado, Ângelo Coronel (PSD-BA) afirmou que o governo "prega a paz e a harmonia e age com beligerância".

"Esperamos que a maioria do STF derrube essa ADI proposta pelo governo federal que não acatou a decisão da maioria esmagadora da Casa das leis", disse.

O deputado federal Joaquim Passarinho (PL-PA), presidente da FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo), afirmou que "não há dúvidas" que esse movimento do Executivo em buscar o Judiciário para a questão "contribuirá para prolongar o tensionamento nas relações com o Legislativo".

"A judicialização da política simboliza um retrocesso em termos sociais e econômicos", disse o parlamentar em nota.

Passarinho afirmou ainda que acredita que o plenário do STF irá "corroborar com a decisão soberana" do Congresso Nacional, que "legislou em favor da manutenção dessa fundamental política pública".

A deputada Any Ortiz (Cidadania-SP), que foi relatora do projeto de lei na Câmara que prorrogou até 2027 a desoneração, disse que a decisão do governo de recorrer ao Judiciário é "mais uma afronta" ao Congresso e que o impacto disso é "muito grave", pois gera insegurança jurídica no país.

"A decisão do Congresso é soberana e o governo não tem respeitado, mostrando isso com uma inabilidade política enorme e uma falta total do debate. O governo não tem nenhuma sensibilidade aos impactos que essa reoneração dos setores pode trazer para a nossa economia", afirmou.

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