Dona da Ricardo Eletro será vendida por R$ 500 milhões para fundo americano

Máquina de Vendas é uma das maiores varejistas de eletrodomésticos do país

Loja Ricardo Eletro, marca da Máquina de Vendas, uma das maiores varejistas de eletrodomésticos do Brasil
Loja Ricardo Eletro, marca da Máquina de Vendas, uma das maiores varejistas de eletrodomésticos do Brasil - Reprodução
Joana Cunha Ana Paula Ragazzi
São Paulo

O fundo Starboard, que investe em empresas em dificuldades, vai assumir o controle da Máquina de Vendas, uma das maiores varejistas de eletrodomésticos do país. 

Engolida pela recessão dos últimos anos, a Máquina, fruto da união das bandeiras Ricardo Eletro e Insinuante, vai entregar 70% de seu capital para a Starboard, em troca de um aporte de recursos que somará R$ 500 milhões. 

Metade disso vai para o caixa da empresa. A outra parte irá para renegociação e alongamento de prazo das dívidas da varejista com fornecedores, que, segundo apurou a Folha, é de R$ 1 bilhão.

Assim, a empresa deverá conseguir retomar o crédito e voltar a colocar produtos para a venda nas lojas. 

Nos últimos anos, a Máquina de Vendas passou por reestruturação e enxugou seu porte. Reduziu o quadro de funcionários de 24 mil para 14 mil e, das 1.050 lojas, fechou 393. 

A Starboard foi criado há um ano e oito meses por executivos que trabalhavam com reestruturação de empresas na Brasil Plural. Tem como sócio, com fatia de 20%, o fundo americano Apollo Global. 

A imprensa dos Estados Unidos destaca a atuação do Apollo como um "fundo abutre" (vulture fund), que entra em empresas debilitadas, injeta recursos na operação, arruma a casa e vende com lucro no menor prazo possível. 

Como parceiros no Brasil, possuem um fundo com US$ 375 milhões para investir em empresas que considerem de "primeira linha", mas com problemas no balanço. 

O investimento mais conhecido deles foi na Mineração Caraíba. Ingressaram com R$ 200 milhões e já deixaram a participação com uma oferta na de ações na Bolsa de Toronto, no Canadá.

No ano passado, a Máquina reestruturou dívida com três bancos, que somava R$ 1,4 bilhão e foi transferida para uma holding controladora. 

O plano é retomar a lucratividade da operação e, então, pagar dividendos para a holding. Os dividendos vão servir para pagar a dívida alongada com os bancos. 

O fechamento do negócio depende da homologação de plano de recuperação extrajudicial, que será protocolado na semana que vem. Procurados, Máquina de Vendas e Starboard não deram entrevista.

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