O leilão de energia realizado nesta sexta-feira (31) contratou 2,1 GW de potência em novas usinas geradoras, que deverão ser entregues em um prazo de até seis anos.
Ao todo, serão investidos R$ 7,684 bilhões para construir os projetos, com contratos que somam R$ 23,67 bilhões, com prazos de 20 a 30 anos.
A maior parte dos investimentos será feita nos estados do Rio Grande do Norte, da Bahia e do Maranhão.
O deságio médio (desconto na energia vendida oferecido pelos empreendedores em relação ao preço inicial) foi de 46,89%.
O destaque da concorrência foi a fonte eólica, que foi responsável por 53,6% da garantia física total contratada e obteve um desconto no preço inicial de 60,15%, a um preço médios de R$ 90,45 por megawatt-hora.
No último leilão, realizado em abril, as usinas eólicas haviam chegado a um recorde de R$ 67,60.
O aumento de preço já era esperado, devido a mudanças na forma de contratação dos projetos, que passaram a ter um risco maior para os empreendedores.
Ainda assim, houve forte competição, e o preço se manteve abaixo dos R$ 100, marca ultrapassada no leilão de dezembro de 2017.
Também foram contratados projetos de usinas hidrelétricas de menor porte, que tiveram um deságio de 37,42% em relação ao preço inicialmente ofertado. O valor da energia ficou em uma média de R$ 181,48 por megawatt-hora. O total contratado representou 18,9% da garantia física total.
Também foram contratadas termelétricas a bagaço de cana e a gás natural, com desconto médio de 41,61%. Essas usinas responderam por 27,46% da garantia física total. O preço médio ficou em R$ 179,85 por megawatt-hora.
O volume de contratação é definida pelas distribuidoras, que traçam projeções do quanto o consumo vai subir nos próximos anos.
As distribuidoras que mais contrataram foram a Ceron, de Rondônia (21,4% do montante contratado), a Cemig, de Minas (16,5%) e a Celpe, de Pernambuco (10,14%).
O certame sofreu um atraso de seis horas, após uma decisão liminar da Justiça do Rio de Janeiro paralisar o início da concorrência –para a qual se inscreveram 1.090 projetos, com 59 GW de potência instalada, em 21 estados.
A liminar foi resultado de uma disputa entre uma das concorrentes, a Evolution Power Partners, e a estatal EPE (Empresa de Pesquisa Energética) sobre habilitação de uma usina térmica para disputar o leilão.
A decisão foi derrubada pela AGU (Advocacia-Geral da União) no STJ (Superior Tribunal de Justiça) à tarde.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.