Setor público tem déficit primário de R$ 3,4 bi em julho, melhor para mês em 5 anos

Maior contribuição veio do governo federal, Banco Central e Previdência

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Brasília | Reuters

O setor público consolidado brasileiro registrou déficit primário de R$ 3,401 bilhões em julho, dado melhor que o esperado e que representou a melhor performance para o mês em cinco anos, ajudado pelo aumento de receitas da União, divulgou o Banco Central nesta sexta-feira (31).

Além de ter diminuído fortemente sobre o rombo de R$ 16,138 bilhões de julho do ano passado, o desempenho também foi o mais forte para o mês desde 2013, quando houve superávit de R$ 2,287 bilhões.

Notas de cem reais sobrepostas
Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas

A maior contribuição para tanto veio do governo central (governo federal, BC e Previdência), com um rombo de R$ 2,677 bilhões em julho, ante saldo negativo em R$ 13,977 bilhões um ano antes.

Na véspera, o Tesouro já havia informado um dado bem melhor que o esperado para o governo central, em meio à forte elevação de receitas no mês, que teve ajuda dos royalties do petróleo.

Mas o resultado mostrado pelo BC, que apura o número sob outra metodologia, veio melhor em quase R$ 5 bilhões, já que o déficit apontado pelo Tesouro para o governo central foi de R$ 7,547 bilhões em julho.

A assessoria de imprensa do BC lembrou que a diferença deve-se ao fato de as despesas de equalização de taxas junto aos bancos oficiais serem apuradas e pagas semestralmente pelo Tesouro, o que ocorre nos meses de janeiro e julho.

Especificamente nesses meses o pagamento sensibiliza os resultados fiscais apurados pelo Tesouro, que usa a metodologia "acima da linha". Já o BC, que usa o método "abaixo da linha", considera os valores e respectivos efeitos fiscais mensalmente, a partir do registro dessas obrigações na contabilidade das instituições financeiras.

"Por isso, no início dos semestres a discrepância entre os dados apurados pela Secretaria do Tesouro Nacional e pelo BC tende a ser mais expressiva. Ao longo dos demais meses observa-se uma progressiva convergência entre os valores apurados nas duas metodologias", disse o BC.

Em julho, os governos regionais (Estados e municípios) tiveram déficit primário de R$ 1,848 bilhão, ao passo que as empresas estatais tiveram superávit de R$ 1,124 bilhão.

No acumulado dos primeiros sete meses do ano, o setor público consolidado registrou déficit de R$ 17,825 bilhões, bem menor que o rombo de R$ 51,321 bilhões em igual etapa de 2017.

Em 12 meses, o déficit foi a R$ 77,086 bilhões, equivalente a 1,14% do PIB (Produto Interno Bruto).

Diante dos dados que vêm sendo apresentados, o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida afirmou na quinta-feira que o setor público pode encerrar o ano com um resultado primário cerca de 30 bilhões de reais melhor que a meta, fixada em 161,3 bilhões de reais para 2018 -- quinto resultado seguido no vermelho do país.

Em julho, a dívida bruta caiu a 77% do PIB, contra 77,2% em junho. Já a dívida líquida avançou a 52% do PIB, ante patamar de 51,4% no mês anterior e projeção do mercado de 51,8%.

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