Ministério Público abre investigação sobre vazamento de dados da Stone

Empresa de maquininhas de cartão avisou a órgão dos EUA sobre exposição do código-fonte

Brasília | Reuters

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios abriu nesta terça-feira (6) uma investigação para acompanhar as consequências da divulgação do código-fonte do software da Stone Pagamentos, empresa que opera maquinhas de cartão de crédito.

Na abertura do procedimento administrativo, o promotor de Justiça Frederico Meinberg Ceroy cita o aviso que a Stone fez à SEC, (Securities and Exchange Commission, o regulador do mercado financeiro americano), sobre a "exposição indevida do código-fonte do software proprietário usado nas soluções Pagar.me, PSP Solution e Plataforma Stone".

maquinha verde, com tela na parte de cima, e teclado com teclas pretas
Maquininha de cartão de crédito e débito da Stone - Divulgação

Na época, afirmou que começou a sofrer chantagem, com pedidos de pagamentos em dinheiro para que novos trechos do programa não fossem vazados. O documento informando o vazamento dos dados foi entregue à SEC nesta quarta (24).

“Nós acreditamos que não houve acesso não autorizado, transferência ou uso inadequado de informações pessoais e financeiras ou de dados de negócios de nossos clientes e seus consumidores”, disse a Stone ao regulador americano.

Na ação do MP, o promotor afirma que "após a autuação, determino à Secretaria da Unidade Especial de Proteção de Dados e Inteligência Artificial que oficie à Stone Pagamentos requisitando informações sobre o ocorrido", disse Ceroy, que é o coordenador da Unidade Especial de Proteção de Dados e Inteligência Artificial do Ministério Público do Distrito Federal.

A empresa lançou suas ações na Bolsa de tecnologia americana Nasdaq no final de outubro e captou US$ 1,5 bilhão (o equivalente a R$ 5,6 bilhões).

A Stone é a segunda empresa de meios de pagamentos brasileira a abrir capital no exterior. Antes dela, a PagSeguro —que pertence ao UOL, empresa do Grupo Folha— movimentou ao menos US$ 2,3 bilhões (R$ 8,6 bilhões) na Bolsa de Nova York.

A Stone disse, via sua assessoria de imprensa, que não foi formalmente notificada pelo Ministério Público, de modo que desconhece o teor das investigações. 

Afirma que, se notificada, prestará os devidos esclarecimentos às autoridades, com compromisso e seriedade.
 

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