Bolsas fecham em queda com receio renovado de desaceleração da economia chinesa

Dólar, que subiu ante as principais moedas globais, fechou cotado a R$ 3,9050

Tássia Kastner
São Paulo

O temor de desaceleração da economia global voltou a se espalhar pelos mercados nesta sexta-feira (14), derrubando as principais Bolsas mundiais. O dólar avançou ante as principais moedas.

O impacto foi maior sobre as Bolsas americanas e asiáticas, mas as perdas foram disseminadas pelo mundo todo.

O Ibovespa, principal índice acionário do país, perdeu 0,44% e fechou a 87.449 pontos. O giro financeiro foi de R$ 10,8 bilhões, mais de 20% abaixo do volume dos últimos 30 dias. Na semana, a queda foi de 0,75%.

Ao final da sessão, as Bolsas americanas caíam ao redor de 2%.

Nesta sexta, a China divulgou dados dados de consumo abaixo das estimativas de mercado, reforçando os temores de desaceleração da economia do país, que poderiam ter reflexo direto sobre outros países.

Permanece ainda no radar a dificuldade de um acordo para o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia. Na próxima semana, a entidade deve divulgar documento com os termos da separação sem um acordo.

“Somando tudo temos como resultado um cenário de aversão ao risco global que deve continuar ditando a tônica negativa para os ativos de risco ao redor do globo, principalmente para as nações emergentes”, escreveu a Guide em relatório.

Nesse cenário, o dólar se fortalece ante as principais divisas. Ante o real, a moeda americana avançou 0,61% e fechou a R$ 3,9050. Na semana, a alta acumulada é de 0,35%.

A moeda brasileira acompanhou o desempenho dos demais emergentes. De uma cesta de 24 divisas, 22 se desvalorizaram ante o dólar.

“O estrangeiro começa a aplicar na Bolsa e em breve as empresas irão parar as fortes remessas e a cotação do dólar poderá encontrar resistência para continuar subindo”, escreveu em relatório o analista da Wagner Investimentos, Faria Júnior.

A moeda americana, que chegou a ser negociada na faixa de R$ 3,70 após a eleição de Jair Bolsonaro, voltou a subir pela incerteza global e também pelo movimento característico de dezembro. Empresas multinacionais com operação no país enviam lucros às matrizes no exterior, elevando a demanda pela moeda e pressionando a cotação.

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