Chefs de restaurantes divulgam apelo por renovação de programa de emprego

Governo Bolsonaro prometeu reedição da permissão para corte de jornada e suspensão de contrato

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São Paulo

Chefs de restaurantes e bares, muitos deles proprietários dos estabelecimentos, e outros profissionais do setor iniciaram uma mobilização nas redes sociais para cobrar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) da reedição do programa que permitiu às empresas a suspensão de contratos e a redução de salários e jornadas.

A articulação para as publicações têm sido feitas em um grupo de Telegram ligado ao movimento Gastronomia Viva.

Por volta das 10h , dezenas de páginas de cozinheiros e outros profissionais do setor de alimentação começaram a publicar pedidos para que a imprensa cobre a reedição da medida que permitiu, até o fim do ano, a flexibilização de contratos e jornadas.

Compartilharam as publicações nomes como Janaína e Jefferson Rueda, chefs e proprietários do Dona Onça e da Casa do Porco, Rafael Spencer, do Sotero, e Hugo Delgado, do Taquería La Sabrosa, Caio Tucunduva, do Café Hotel, Giovanna Grossi, do Animus, e George Erwin, do Cozinha do GG.

As cobranças ao governo também apareceram nos perfis oficiais de restaurantes como Canaille, Canto Madalena, El Pampero, Mori Pinheiros, Caffe Creme, Pandaréu, Carlinhos e Barakah Cozinha Árabe, e de entidades ligadas à gastronomia, como Cozinha da Mantiqueira e Instituto Paulo Machado.

As publicações são acompanhadas por hashtags como “#naodeixefecharaconta” e “#mp936naimprensa”. O programa redução de salários e suspensão de contratos foi criado pela medida provisória 936, depois convertida em lei.

Em outra série de publicações, o movimento diz que a demora do governo em liberar o programa novamente é um desrespeito com os trabalhadores. “Dia 27 de janeiro de 2021. Bolsonaro prometeu reeditar a 936: ‘com toda certeza, daqui no máximo 15 dias isso se concretizará para atender o setor’”, diz a publicação.

O novo programa de manutenção de empregos está parado por questões técnicas no Ministério da Economia. Na terça (23), a Folha mostrou que a equipe econômica do governo Bolsonaro precisou repensar o financiamento da medida.

A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) diz que 60% das empresas do setor estão operando com prejuízos em todo o Brasil. O segmento é um dos principais afetados pelas medidas de restrição de circulação, impostas desde o ano passado.

Com o arrefecimento da pandemia, os salões puderam ser reabertos, mas foram novamente fechados. Em todo estado de São Paulo, hoje, os bares e restaurantes só podem trabalhar com as portas fechadas. Até a retirada da refeição (o chamado take away) foi proibida.

A associação do setor chegou a conseguir uma decisão provisória para liberar a possibilidade de os consumidores retirarem as encomendas na porta dos estabelecimentos, mas a liminar foi derrubada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

Entre o fim de janeiro e o início de fevereiro, a categoria promoveu alguns protestos na capital paulista contra as regras da fase vermelha do plano estadual para contenção do coronavírus.

Nas últimas semanas, representantes do setor foram recebidos pela equipe econômica do governo de São Paulo.

O recuo no aumento de ICMS das carnes vendidas a estabelecimentos comerciais enquadrados no Simples Nacional (como restaurantes e açougues) e a concessão de R$ 100 milhões em crédito foram apresentados como sinalizações a favor dos pleitos setor.

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