Brasil poderia estar em 'intensa euforia', mas riscos fiscais e políticos afastam otimismo, diz FGV Ibre

Avaliação é parte do Boletim Macro, que reduziu previsão de crescimento em 2021 e 2022

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São Paulo

O Brasil poderia estar passando por um período de intensa euforia, mas os riscos fiscais e políticos, somados aos nossos gargalos de oferta, impedem que um cenário mais otimista se concretize.A avaliação faz parte do Boletim Macro do FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

De acordo com o boletim, o mundo está entrando em uma nova fase, menos assustadora que a do auge da pandemia, mas menos brilhante que a do primeiro semestre de 2021. No caso do Brasil, enquanto o impacto da crise sanitária retrocede, outros fatores contribuem para que o cenário seja “moderadamente otimista”, como inflação em alta e de elevado risco fiscal e político.

O Ibre destaca que o Brasil é a única grande economia que já entrou em desaceleração, de acordo com os indicadores compostos avançados da OCDE (Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

No documento, a previsão de crescimento da economia foi revisada de 5,2% para 4,9% neste ano. Para 2022, caiu de 1,6% para 1,5%. A inflação deve fechar este ano em 8,7% e o próximo em 4,1%.

As prévias das sondagens do FGV Ibre de setembro também mostram queda generalizada da confiança de empresários e consumidores, tanto na avaliação sobre a situação atual como em relação ao futuro, com destaque para o componente relacionado à incerteza política.

“Diversos fatores negativos ofuscam os efeitos ainda positivos do cenário externo e da normalização da economia”, afirma a instituição. “O Brasil poderia estar passando por um período de intensa euforia.”

Segundo a instituição, por mais que o Banco Central se mostre determinado a cumprir o seu papel no combate à inflação, o sucesso de levar o índice de preços para a meta depende “da indispensável contribuição do governo como um todo”.

Nesta quarta-feira (22), a diretoria do BC se reúne para definir o novo patamar da taxa básica de juros, que deve subir de 5,25% para 6,25% ao ano, diante da inflação acumulada em 12 meses de quase 10% até agosto.

Para o terceiro trimestre do ano, a expectativa do Ibre é uma queda de 0,1% do PIB, com o crescimento dos serviços sendo contrabalançado pela contração da indústria e da agropecuária, como ocorreu no trimestre anterior. O consumo das famílias deve crescer, mas em um cenário de queda dos investimentos.

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