O leilão de transmissão de energia realizado nesta sexta-feira (17) terminou com todos os lotes arrematados, a um deságio médio de 50%, e teve a predominância de grandes grupos do setor elétrico entre os vencedores.
Sagraram-se vitoriosas a Taesa (lote 1, em Paraná e São Paulo), a indiana Sterlite (lote 2, na Bahia), o grupo Rialma (lote 3, na Bahia), a Neoenergia (lote 4, em Minas Gerais) e a Energisa (lote 5, no Amapá).
Os cinco projetos oferecidos ao mercado envolvem 902 quilômetros de linhas, além de três subestações de energia, em cinco estados: Amapá, Bahia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo. Ao todo, foram contratados cerca de R$ 2,9 bilhões em investimentos para os próximos anos.
Como esperado pelo mercado, a licitação atraiu forte competição entre um perfil diversificado de investidores —desde companhias tradicionais no setor até investidores financeiros e empresas de construção e engenharia.
Três dos cinco projetos ofertados foram disputados a viva voz, já partindo de lances com descontos superiores a 45%.
Também participaram do certame transmissoras tradicionais, como ISA Cteep e Alupar, e as elétricas Engie Brasil, EDP Brasil, Cemig e Copel. Porém, esses grupos não chegaram a arrematar ativos.
O deságio médio do leilão ficou em 50% da receita anual permitida (RAP) máxima estabelecida, taxa acima da registrada no certame realizado em junho deste ano (48,12%), e um pouco abaixo de concorrências de maior porte ocorridas em 2020 e 2019, quando o desconto chegou a superar 60%.
Segundo Efrain Cruz, diretor da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), o deságio do leilão garantirá uma economia de mais de R$ 5 bilhões aos consumidores de energia.
"Em grande medida, nós economizamos para que o consumidor não tenha aumento de 3% na tarifa", disse Cruz, em fala após o encerramento da licitação, que foi transmitida pela TV B3.
A Aneel já colocou em consulta pública o próximo leilão de transmissão, previsto para junho de 2022. O certame será o segundo maior desde 2018, com a oferta de 13 lotes envolvendo investimentos de R$ 9,5 bilhões.
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