Pandemia aumenta fatia que super-ricos detêm na riqueza global, diz estudo

Autores afirmam que 'isto é presságio para aumentos adicionais da desigualdade'

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Londres | Reuters

A fatia que os bilionários detêm da riqueza global das famílias aumentou de maneira recorde durante a pandemia de Covid-19 e os milionários também saem da pandemia na frente, revelou um estudo nesta terça-feira (7).

Produzido por uma rede de cientistas sociais, o Relatório da Desigualdade Mundial estimou que neste ano os bilionários possuem coletivamente 3,5% da riqueza global das famílias, mais do que os pouco mais de 2% vistos no início da pandemia, surgida no começo de 2020.

"A crise da Covid exacerba as desigualdades entre os muito ricos e o resto da população", disse o autor principal, Lucas Chancel, ressaltando que economias ricas usaram um apoio fiscal maciço para mitigar os aumentos de pobreza acentuados vistos em outras partes.

Barcos de luxo em exibição de iates em Mônaco - Eric Gaillard - 22.set.2021/Reuters

O relatório se valeu de uma variedade de pesquisas especializadas e dados de domínio público e seu prefácio foi escrito por Abhijit Banerjee e Esther Duflo, economistas radicados nos Estados Unidos e dois membros do trio que recebeu um Prêmio Nobel por seu trabalho sobre a pobreza em 2019.

"Como a riqueza é uma grande fonte de ganhos econômicos futuros e, cada vez mais, de poder e influência, isto é um presságio para aumentos adicionais da desigualdade", escreveram eles sobre o que classificaram como uma "concentração extrema de poder econômico nas mãos de uma minoria muito pequena dos super-ricos".

As conclusões corroboram uma série de estudos existentes, "listas de ricos" e outros indícios que apontam para um aumento das desigualdades em questões de saúde, sociais, de gênero e de raça durante a pandemia.

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