Grandes marcas defendem pacto global para corte na produção de plástico

Mais de 70 signatários, incluindo Coca-Cola e Nestlé, buscam estabelecer um tratado da ONU

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

John Geddie Joe Brock
Londres | Reuters

Marcas internacionais como Coca-Cola e PepsiCo defenderam nesta segunda-feira (17) um pacto global de combate à poluição causada por plásticos ​que inclui cortes na produção, o que potencialmente afetaria a indústria petrolífera, que tem no setor um de seus principais clientes.

Autoridades mundiais se reunirão em uma conferência da Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA 5.2) neste ano para negociações sobre um tratado contra resíduos plásticos que estão devastando oceanos e matando a vida selvagem.

Ainda não está claro se algum acordo se concentrará no gerenciamento e reciclagem de resíduos ou se serão tomadas medidas mais duras, como a conteção de produção de plástico, uma medida que provavelmente enfrentaria resistência de grandes empresas de petróleo e produtos químicos e de grandes países produtores de plástico como os Estados Unidos.

Visão geral de lixo plástico no Lago Potpecko, perto da usina hidrelétrica de uma barragem nos arredores da cidade de Priboj, Sérvia - Marko Djurica - 29.jan.2021/Reuters

Os mais de 70 signatários da declaração conjunta divulgada nesta segunda-feira incluem empresas de bens de consumo como Unilever e Nestlé, que vendem uma infinidade de produtos em plástico descartável, bem como o varejista Walmart e o banco francês BNP Paribas.

"Estamos em um momento crítico para estabelecer um ambicioso tratado da ONU", afirmam as partes no documento assinado, observando que qualquer acordo deve "reduzir a produção e o uso de plástico virgem".

"A UNEA 5.2 é o momento decisivo e mais importante para virar a maré na crise global criada pela poluição provocada pelo plástico. Não podemos perder isso", afirma o comunicado.

Menos de 10% de todo o plástico já produzido foi reciclado, e uma reportagem da Reuters no ano passado mostrou que as novas tecnologias de reciclagem promovidas pela indústria de plásticos têm enfrentado dificuldades para combater o problema.

Enquanto isso, a produção de plástico deve dobrar em 20 anos. Esta é uma fonte importante de receita futura para as principais empresas de petróleo e gás, já que a demanda por combustíveis fósseis diminui com o aumento do uso de energia renovável e veículos elétricos.

  • Salvar artigos

    Recurso exclusivo para assinantes

    assine ou faça login

Tópicos relacionados

Leia tudo sobre o tema e siga:

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.