Venda da Amil pode movimentar entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, projeta banco americano

Grupo controlador UnitedHealth avalia a venda do negócio, segundo jornal

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São Paulo

Uma eventual venda da operadora de saúde Amil por parte do grupo controlador UnitedHealth Group poderia levar a uma avaliação de valor de mercado da companhia entre R$ 15 bilhões e R$ 20 bilhões, segundo estimativas do Bank of America (BofA).

Segundo os analistas do banco americano, o valor de mercado estimado para a companhia leva em conta negócios realizados no setor envolvendo empresas de porte similar, em termos de leitos hospitalares ou de beneficiários —no caso da Amil, a operadora conta com cerca de 2,5 mil leitos e 3 milhões de clientes.

Profissionais do MSF (Médicos Sem Fronteiras), durante trabalho na UTI do Hospital Tide Setubal, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo
Profissionais do MSF (Médicos Sem Fronteiras), durante trabalho na UTI do Hospital Tide Setubal, em São Miguel Paulista, zona leste de São Paulo - Eduardo Anizelli - 29.jul.2020/Folhapress

No final da semana passada, reportagem do jornal O Estado de S. Paulo apontou que a Rede D'or e a família Bueno (controladora da Dasa) seriam os principais concorrentes no páreo para levar a Amil.

Um cenário hipotético visto pelos analistas do banco americano como o mais provável prevê que o UnitedHealth Group pode vir a optar pela segregação dos negócios de hospital e de operadora de saúde da Amil, com uma potencial venda em separado para dois ou mais compradores.

"Para Rede D'Or e Dasa, acreditamos que esta possibilidade faria mais sentido, à medida que elas poderiam comprar os ativos hospitalares da Amil, com um possível outro comprador, como a SulAmérica ou mesmo o Bradesco, adquirindo a carteira de beneficiários", diz relatório do BofA assinado pelos analistas Fred Mendes, Gustavo Tiseo e Mirela Oliveira.

Os analistas do BofA apontam ainda que a Dasa deve ser a empresa a ficar com os ativos hospitalares, pela boa relação com os executivos do UnitedHealth Group, e porque as ambições da Rede D'Or poderiam acabar esbarrando no Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), dada sua presença elevada em regiões onde a Amil já atua, como o Rio de Janeiro.

"A aquisição, se ocorrer, deve ser transformacional para a Dasa, pois ataca um dos principais problemas da companhia hoje que é a falta de liquidez das ações na Bolsa", afirmam os analistas.

Uma segunda opção traçada pelos especialistas do banco americano seria um único comprador arrematar a Amil, uma possibilidade vista, contudo, como menos provável.

"Poderíamos ver uma das maiores seguradoras brasileiras comprando todos os ativos, como especulado na mídia? Acreditamos que esta opção é remota, dado o tamanho da potencial aquisição em um setor de rentabilidade limitada."

Em dezembro de 2021, a Amil já havia solicitado à ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) a transferência da sua carteira de planos individuais para outra empresa.

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