Descrição de chapéu Folhajus petrobras

Ministério Público pede que TCU investigue suposta interferência do governo na Petrobras

Pedido cita declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a política de preços da companhia

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Rodrigo Viga Gaier
Rio de Janeiro | Reuters

O Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União) pediu que a corte investigue uma suposta interferência do governo Jair Bolsonaro na Petrobras e na política de preços da empresa, informou o órgão nesta segunda-feira (14).

A representação, assinada pelo subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, cita uma série de declarações do presidente Bolsonaro a respeito da política de preços da companhia em tom de críticas e cobranças por mudanças.

A denúncia, que foi distribuída ao ministro do TCU Augusto Nardes, ocorre ainda após questionamentos do presidente ao aumento efetivado na última semana pela Petrobras, que reajustou em cerca de 25% o diesel e em quase 19% a gasolina.

Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro - Sergio Moraes - 9.mar.2020/Reuters

Uma primeira análise da denúncia será feita pela equipe técnica do TCU, e depois Nardes deve decidir se leva a denúncia adiante.

Segundo o documento, o posicionamento de Bolsonaro se intensificou com a disparada do barril de petróleo, como consequência da guerra entre Ucrânia e Rússia.

"[Peço para] apurar possível ingerência indevida do governo Bolsonaro na empresa de economia mista Petróleo Brasileiro S.A. –Petrobras, bem como garantir a independência da empresa em face de potenciais atos irregulares que estariam sendo perpetrados pelo acionista controlador...", diz a representação.

Seguindo o subprocurador, há indícios de afronta à lei, "além de acarretar vulnerabilidade na governança da União em relação à companhia, por excesso de interferência sobre as decisões corporativas acerca da definição dos preços de derivados de petróleo (atividade fim da estatal), com possíveis prejuízos materiais à Petrobras, à sua imagem mercadológica e aos acionistas minoritários...".

Ele acrescentou que isso pode gerar, por parte desses acionistas, questionamentos judiciais em face da União, inclusive com pedidos de indenização, diz um trecho da representação.

Procurado, o Palácio do Planalto não comentou o assunto imediatamente.

Bolsonaro lamentou o fato de a estatal não ter esperado a aprovação de projetos no Congresso, que poderiam trazer algum alívio aos preços de combustíveis, para anunciar o aumento.

Depois, o presidente voltou a criticar os lucros elevados da companhia.

Em meio às cobranças, o governo indicou novos nomes para o Conselho de Administração da estatal, entre eles, o presidente do Flamengo e ex-executivo da petroleira Rodolfo Landim, que é próximo a Bolsonaro.

Landim foi indicado para ser o novo chairman.

(Colaborou Pedro Fonseca)

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