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Microsoft vai demitir 10 mil funcionários para reduzir custos

Companhia tem 11 escritórios no Brasil, mas não diz se haverá demissões no país

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São Paulo

A Microsoft anunciou nesta quarta-feira (18) que vai demitir 10 mil funcionários até o final do terceiro trimestre de 2023. A medida, que atinge cerca de 5% do total de empregados da companhia, visa reduzir custos em meio à incerteza econômica e à desaceleração do setor de tecnologia dos EUA.

As mudanças, que além dos cortes envolvem outras despesas de reestruturação, terão um impacto de US$ 1,2 bilhão no segundo trimestre de 2023, disse a empresa.

Logo da Microsoft - Lucy Nicholson/Reuters

Em comunicado divulgado nesta quarta, o CEO da Microsoft, Satya Nadella, disse que, após a pandemia, os clientes agora buscam "otimizar seus gastos digitais para fazer mais com menos" e "exercer cautela, pois algumas partes do mundo estão em recessão e outras estão antecipando uma."

"Ao mesmo tempo, a próxima grande onda da computação está nascendo com os avanços da IA [inteligência artifical], pois estamos transformando os modelos mais avançados do mundo em uma nova plataforma de computação", disse Nadella.

Procurada pela Folha, a Microsoft não respondeu se haverá demissões no Brasil.

A gigante de software atua no Brasil há 34 anos e, atualmente, tem 11 escritórios no país. A companhia não informou quantas pessoas trabalham em sua operação brasileira.

As notícias de demissões, divulgadas inicialmente nesta terça (17), dão sequência a cortes ocorridos no ano passado. Segundo o comunicado, os primeiros desligamentos seriam efetuados ainda nesta quarta-feira.

Em julho do ano passado, a Microsoft disse que um pequeno número de cargos havia sido cortado. O site de notícias Axios informou, em outubro, que a empresa havia demitido cerca de 1.000 funcionários em várias divisões.

O anúncio da demissão de 10 mil funcionários acontece no mesmo dia em que Nadella esteve em Davos para participar do Fórum Econômico Mundial, e contrasta com o discurso do CEO durante o evento.

"O futuro do trabalho não é sobre tecnologia e ferramentas. É sobre levar novas práticas de gestão e empatia ao ambiente de trabalho", disse em palestra.

Em sessão com Klaus Schwab, fundador do Fórum, o presidente da Microsoft ainda fez promessas sobre o futuro da companhia. Além de dizer que inteligência artificial é apenas o início de uma curva ascendente de oportunidades, o executivo adiantou que a prioridade da empresa é consolidar liderança no mercado de computação quântica, ramo que promete revolucionar a capacidade de processamento de máquinas.

A empresa liderada por Satya Nadella vem enfrentando uma queda no mercado de computadores pessoais depois que o boom da pandemia cessou, deixando pouca demanda para o Windows e outros softwares da empresa.

No comunicado sobre as demissões, o CEO ainda ponderou que a Microsoft está na crista da próxima onda da computação com investimentos em inteligência artificial, a exemplo do aporte de US$ 10 bilhões na OpenAI, proprietária do ChatGPT. Nadella também disse que a empresa deve continuar a investir em profissionais de áreas estratégicas para seu crescimento.

Nos últimos meses, a Microsoft também fez novas aquisições. Em janeiro de 2022, a empresa criada por Bill Gates anunciou a maior compra de sua história: a produtora de jogos Activision Blizzard, por US$ 69 bilhões (R$ 351,23 bilhões, na cotação atual). Na época, analistas especularam que a aquisição fortalecia a companhia a disputa pelo metaverso.

Contudo, com as demissões, a Microsoft se junta a outras empresas de tecnologia que anunciaram cortes nos últimos meses. A Amazon, por exemplo, comunicou em 4 de janeiro que o número de demissões na empresa vai ultrapassar 18 mil. A Meta, dona do Facebook, desligou 11 mil pessoas no ano passado.

Colaborou Pedro Teixeira

Com Reuters

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