Descrição de chapéu Financial Times Meta Facebook

Meta, dona do Facebook, tem resultado melhor que o esperado, e ações disparam

Lucro da big tech, porém, caiu 55%, mais que o projetado pelo mercado, com custos de reestruturação

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Hannah Murphy
San Francisco | Financial Times

As ações da Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, saltaram 19% nesta quarta-feira (1°) após a empresa divulgar um resultado melhor que o esperado nas vendas do último trimestre de 2022. A big tech ainda autorizou US$ 40 bilhões adicionais em recompras de ações.

O lucro líquido da empresa, no entanto, caiu 55% na comparação anual, para US$ 4,7 bilhões —inferior aos US$ 6 bilhões esperados por analistas—, refletindo custos com reestruturação. Segundo a empresa, foram gastos US$ 4,2 bilhões em cortes de empregos, cancelamento de vários centros de dados e consolidação de instalações.

A Meta registrou receita de US$ 32,2 bilhões no trimestre, uma queda de 4% em relação ao ano anterior. O número ficou acima das estimativas dos analistas, que projetavam US$ 31,7 bilhões, de acordo com a S&P Capital IQ.

Logo da Meta - Yves Herman/Reuters

Os resultados são positivos para a Meta e desenham uma perspectiva mais otimista para a empresa. A big tech vinha sendo pressionada pela desaceleração econômica, o que fez atingiu seus ganhos com publicidade. A Meta também vem enfrentando o aumento da concorrência com o app chinês TikTok e os desafios na adaptação e avaliação de campanhas publicitárias após mudanças de privacidade promovidas pela Apple.

Os usuários ativos mensais em um ou mais de seus aplicativos aumentaram 4%, para 3,74 bilhões no quarto trimestre, enquanto o número de usuários do aplicativo do Facebook especificamente aumentou 2%, para 2,96 bilhões.

Em teleconferência com investidores, o presidente-executivo da Meta, Mark Zuckerberg, disse que seu mote de gestão em 2023 é "eficiência".

A empresa se concentraria em remover algumas camadas de gerenciamento intermediário, cortar projetos de baixo desempenho e implantar ferramentas de inteligência artificial para ajudar seus engenheiros a serem mais produtivos, disse ele.

"[O ano de] 2022 foi desafiador, mas acho que acabamos fazendo um bom progresso em nossas principais prioridades e nos preparando para entregar melhores resultados neste ano, desde que continuemos apostando na eficiência", acrescentou Zuckerberg.

A Meta, que expandiu seu número de funcionários rapidamente desde o início da pandemia de coronavírus, tem buscado reduzir custos à medida que o mercado questiona cada vez mais seus esforços deficitários para construir um mundo digital repleto de avatares conhecido como metaverso. Como acontece com seus muitos outros projetos de realidade virtual e aumentada, eles não devem gerar retorno por muitos anos.

Em novembro, a Meta anunciou suas maiores reduções de pessoal, demitindo 11 mil funcionários, ou cerca de 13% do total de funcionários. Também introduziu outras medidas, como a redução de orçamentos e vantagens para os funcionários, e a redução de sua "pegada imobiliária".

Na quarta-feira, a empresa previu receitas para o atual trimestre entre US$ 26 bilhões e US$ 28,5 bilhões. Ela também projeta despesas para 2023 na faixa de US$ 89 bilhões a US$ 95 bilhões, abaixo da previsão anterior de US$ 94 bilhões a US$ 100 bilhões, devido ao "crescimento antecipado mais lento nas despesas com folha de pagamento e custo de receita".

Ela espera mais US$ 1 bilhão em custos de reestruturação, abaixo da estimativa anterior de US$ 2 bilhões.

Tradução de Marcelo Azevedo

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