Larry Fink, da BlackRock, prevê que IA poderia resolver crise de produtividade

Executivo-chefe de gestora de ativos diz que tecnologia tem potencial para reduzir inflação

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Brooke Masters
Nova York | Financial Times

O fundador da BlackRock, Larry Fink, previu que "oportunidades transformadoras" na inteligência artificial poderiam resolver a crise de produtividade, à qual ele atribui a inflação persistentemente alta.

Falando no dia do investidor da BlackRock, Fink disse: "O colapso da produtividade tem sido uma questão central na economia global. A IA tem um enorme potencial para aumentar a produtividade e transformar as margens em todos os setores. Pode ser a tecnologia capaz de derrubar a inflação".

Fink alertou repetidamente que a inflação alta poderia forçar o Federal Reserve dos Estados Unidos a retomar o aumento das taxas de juros ainda neste ano.

LArry Fink é um homem branco, calvo. Ele usa óculos e terno.
Larry Fink, fundador da BlackRock, em Nova York - David 'Dee' Delgado - 30.nov.22/Reuters

Observando que é um fã de filmes distópicos, Fink disse que a gestora de fundos de US$ 9 trilhões (cerca de R$ 43,3 trilhões) trará uma "paranoia saudável" e um "entusiasmo saudável" a seus investimentos em tecnologia.

Enquanto isso, Fink disse que a BlackRock, que é a maior gestora de recursos do mundo, continua em busca de aquisições capazes de ampliar sua presença global, expandir sua oferta em tecnologia e ampliar sua presença em mercados privados.

"Estamos reinventando nosso modelo de negócios", disse o executivo-chefe. "A BlackRock nunca teve medo de fazer grandes apostas. Nossa vontade de perturbar a nós mesmos e à indústria (...) criou a base para o que a BlackRock é hoje e impulsionará nosso crescimento no futuro."

Fink e outros executivos não fizeram menção às críticas sustentadas que a BlackRock recebeu de políticos republicanos "anti-woke" nos EUA, exceto por uma reiteração das oportunidades financeiras que ela vê de se investir na transição energética.

O grupo prometeu continuar aumentando a receita em 5% ao ano com metas agressivas para seus negócios de tecnologia Aladdin e seus negócios de mercados privados relativamente pequenos, mas com margens altas.

O grupo anunciou um acordo com a Avaloq, fornecedora suíça de software bancário de propriedade da japonesa NEC Corporation. A BlackRock fará um investimento minoritário e vinculará a tecnologia à sua oferta Aladdin para gestores de patrimônio.

Os executivos também esperam capitalizar a tendência das seguradoras, fundos patrimoniais e de pensão de reduzir o número de gestoras com que trabalham e até terceirizar todo o portfólio para uma única empresa. A BlackRock ganhou 20 desses "megamandatos" no valor de pelo menos US$ 5 bilhões desde 2019.

"Os clientes estão fazendo mais com menos fornecedores e fazendo mais conosco", disse o diretor de operações, Rob Goldstein.

O grupo pretende dobrar sua receita nos mercados privados em cinco anos, em relação ao nível atual de US$ 1 bilhão. Para isso, recentemente separou a liderança de fundos de crédito privado e multiativos da private equity tradicional. Possui US$ 320 bilhões em ativos alternativos, incluindo US$ 156 bilhões em mercados privados, com o restante em fundos de hedge e crédito líquido.

Embora os críticos se queixem do tamanho e da influência da BlackRock, vários palestrantes argumentaram que o setor de gestão de ativos permanece relativamente inconsolidado.

"As pessoas continuam pensando que somos grandes, mas não somos. Se tudo isso acontecer, ainda teremos apenas 3,1% [do mercado total]", disse Mark Wiedman, que lidera o negócio de clientes globais.

Erramos: o texto foi alterado

O valor de US$ 9 trilhões equivale a R$ 43,3 trilhões e não a US$ 43,3 trilhões, como afirmava versão anterior deste texto.

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