Descrição de chapéu Folhainvest

Dólar cai a R$ 4,99 com alívio em rendimentos de papéis dos EUA

Bolsa retoma os 113 mil pontos apoiada por altas de Vale e Petrobras

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São Paulo

Os rendimentos dos títulos do Tesouro americano registraram queda novamente e deram força aos negócios locais. Nesta terça-feira (24), os títulos de dez anos foram de 4,85% para 4,81%, fazendo o dólar cair para R$ 4,99 e a Bolsa brasileira retomar os 113 mil pontos.

O arrefecimento dos títulos americanos, conhecidos como "treasuries", costuma pesar contra o dólar e beneficiar ativos de risco pois diminui a atratividade da renda fixa americana, favorecendo a alocação de recursos em mercados mais arriscados, como a renda variável e países emergentes.

Além disso, o Ibovespa também foi impulsionado por altas de Vale e Petrobras, as duas maiores empresas da Bolsa. Enquanto a mineradora foi beneficiada pela alta do minério de ferro no exterior, a petroleira passou por recuperação após forte tombo de mais de 6% na segunda (23).

Com isso, o índice terminou o dia subindo 0,86%, aos 113.761 pontos.

No câmbio, investidores ainda aguardam dados sobre a economia americana, em especial números de inflação, para alinhar apostas sobre uma possível nova alta de juros nos EUA, o que poderia impulsionar o dólar.

Notas de dólar - Dado Ruvic - 17-Jul-2022/Reuters

Alguns agentes do mercado citaram, ainda, um fluxo positivo de divisas para o país, por parte de exportadores, para justificar o recuo da moeda norte-americana. Além disso, havia a influência de expectativa sobre novos estímulos econômicos na China.

No início da sessão, o dólar chegou a sustentar ganhos ante o real, em sintonia com o exterior, onde os rendimentos dos treasuries voltaram a subir. Os títulos de dez anos superaram novamente os 5%, o que dava força ao dólar ante outras divisas. Na máxima do dia, a moeda americana chegou a bater R$ 5,030.

O avanço, no entanto, durou pouco tempo. Com a perda de força dos títulos no exterior, a moeda também se enfraqueceu ante várias outras divisas e migrou para o negativo no Brasil, fechando a sessão cotado a R$ 4,992, numa queda de 0,46%.

"Tanto o [título] de dez anos quanto o de 30 anos renovaram mínimas intradia [nas taxas]. Então, isso se refletiu em fluxo [de dólares] para o mercado de capitais [brasileiro], mas em fluxo comercial também, com receita de exportador", comentou Fernando Bergallo, diretor da assessoria de câmbio FB Capital.

Acompanhando o arrefecimento no exterior, os juros futuros no Brasil também caíram. Os contratos com vencimento em janeiro de 2025 foram de 11,04% para 11,093%, enquanto os para 2027 foram de 11,16% para 11,98%.

O alívio nas curvas apoiou empresas da Bolsa e garantiu um dia positivo para o Ibovespa. As maiores altas da sessão foram das "small caps", companhias menores e mais sensíveis aos movimentos de juros do país.

Alpargatas, CVC e Locaweb subiram 5,10%, 4,76% e 4,33%, respectivamente, e lideraram os avanços do dia. Já o índice que reúne essas companhias subiu 0,99%.

O maior impulso do dia, no entanto, veio da Vale e da Petrobras, que registraram alta de 2,39% e 1,27%, respectivamente.

Na visão do sócio e gestor de ações da Ace Capital Tiago Cunha, ainda falta convicção aos investidores na Bolsa brasileira para aumentar as posições diante das incertezas no cenário, principalmente no exterior.

"Os efeitos da política monetária dos Estados Unidos, e mais recentemente as dúvidas sobre a taxa de juros de equilíbrio naquela economia, têm efeitos relevantes nos mercados, em especial nos emergentes", afirmou.

Cunha avalia que uma melhora consistente só viria com uma sinalização mais clara sobre a taxa de juros terminal nos EUA, além da própria "exaustão" do movimento de volatilidade, com a redução das posições no mercado de dívida.

No mercado americano, os principais índices também registraram alta. O S&P 500, o Dow Jones e o Nasdaq subiram 0,73%, 0,62% e 0,93%, respectivamente.

Com Reuters

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