Minha Casa, Minha Vida impulsiona otimismo do setor de construção em 2024

Avaliação está em estudo realizado por instituto da Fundação Getulio Vargas

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São Paulo

O programa governamental Minha Casa, Minha Vida embala o otimismo do setor de construção em 2024, segundo pesquisa realizada pelo FGV Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas).

Dos empresários do setor entrevistados, 53,7% têm expectativas positivas para 2024.

Segundo Ana Maria Castelo, coordenadora de projetos de construção do FGV Ibre, o programa federal de habitação volta a ser protagonista com as novas regras, trazendo para o setor o ânimo refletido na pesquisa.

Conjunto habitacional que faz parte do programa Minha Casa Minha Vida - Tomaz Silva-17.out.23/Agência Brasil

O programa do governo federal subsidia compra de casa ou apartamento para famílias com renda até R$ 8.000 mensais, com taxas de juros mais baixas que a do mercado.

O Minha Casa, Minha Vida já foi um dos três motivos do crescimento dos lançamentos imobiliários no país no segundo semestre do ano passado, ao lado dos descontos oferecidos pelas construtoras e da evolução no segmento de alta renda. Na parte da infraestrutura, o aumento da demanda aconteceu por causa de investimentos privados e públicos, diz o FGV Ibre.

De acordo com o estudo Sondagem da Construção de dezembro, o Minha Casa, Minha Vida "já começou a movimentar o mercado, impulsionando lançamentos e vendas nos últimos meses do ano, apontando uma retomada do ciclo que começava a enfraquecer. Entre as empresas de infraestrutura, há toda uma programação de investimentos que deve contribuir para que a atividade continue a crescer ao longo de 2024".

O subgrupo de obras de montagem, que compreende a montagem de estruturas metálicas permanentes e as obras de montagem de instalações industriais (tubulações, redes de facilidades), tais como refinarias e plantas de indústrias químicas é o mais otimista.

A pesquisa mostra que, entre os otimistas, 71% veem uma paisagem positiva para o setor, enquanto 30% acreditam em aumento de receitas em 2024 e 24,3% creem na melhoria do cenário macroeconômico.

A Sondagem da Construção é realizada mensalmente pelo FGV Ibre para reunir um conjunto de informações usados no monitoramento e antecipação de tendências econômicas do setor.

O otimismo na construção é, porém, inferior ao da média registrada entre os empresários da indústria, comércio e serviços (59,4%). É menor que o da indústria (66,9%) e serviços (58,5%), mas maior que o do comércio (50,6%).

"Há um otimismo moderado, com a percepção de que vai melhorar ao longo do ano. Tem a ver com o ciclo produtivo. Até começarem as obras dos lançamentos, há uma defasagem", diz Ana Maria.

O pessimismo das empresas de serviços especializados também pode estar relacionado à desaceleração da atividade percebida nos últimos meses de 2023. Em dezembro, a sondagem da construção apontou queda da atividade para 37,5% das empresas de obras de acabamentos.

No entanto, se as expectativas mais otimistas das demais empresas prevalecer, esse novo ciclo vai gerar maior demanda por serviços especializados, tanto de instalações como de obras de acabamento.

As expectativas otimistas das empresas da construção resultam em projeções positivas para o emprego. Com esse crescimento sendo registrado, a demanda por de mão de obra qualificada vai aumentar nos próximos meses, o que preocupa. "A falta de mão de obra qualificada é um dos desafios [do setor], porque vai acirrar", diz Ana Maria.

Se 53,7% têm expectativas positivas, há 14,7% com visão pessimista de 2024 e 31,6% que não souberam responder.

Entre os que não acreditam em um bom ano, 85% atribuíram à descrença à incerteza ou à falta de confiança na política econômica do governo federal.

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