Descrição de chapéu Eletrobras

Eletrobras vende 2 GW de térmicas para Âmbar Energia por R$ 4,7 bilhões

Alienação de portfólio de termelétricas envolve 12 usinas em operação e um projeto para implantação

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Letícia Fucuchima
São Paulo | Reuters

A Eletrobras informou nesta segunda-feira (10) que assinou acordo para venda de seu portfólio de termelétricas a gás natural para a Âmbar Energia, em operação de R$ 4,7 bilhões que eleva a capacidade instalada da empresa do grupo J&F a 4,6 GW (gigawatts) de potência.

O negócio assinado também reduz riscos para a Eletrobras associados à distribuidora Amazonas Energia, que possui contratos de energia com a maior parte das usinas vendidas, e que soma uma inadimplência relevante com a Eletrobras, de R$ 10 bilhões.

Segundo a companhia elétrica, o acordo envolve um "earn-out", cláusula contratual que prevê pagamento adicional condicionado a resultados futuros, de R$ 1,2 bilhão. Também prevê que a Âmbar assuma imediatamente o risco de crédito dos contratos de energia associados às usinas, que somam 2 GW de potência.

Imagem mostra o logotipo da Eletrobras em um fundo preto. O logotipo é composto por uma forma estilizada que lembra uma chama ou gota na cor azul claro à esquerda, seguida pelo nome "Eletrobras" em letras brancas.
Logo da Eletrobras. A Eletrobras informou nesta segunda-feira (10) que assinou acordo para venda de seu portfólio de termelétricas a gás natural para a mbar Energia, em operação de R$ 4,7 bilhões. - Brendan McDermid/Reuters

O portfólio de termelétricas alienado pela Eletrobras envolve 12 usinas em operação e um projeto para implantação. Desse total, 11 estão localizadas no Amazonas e uma no Rio de Janeiro. Os ativos registraram em 2023 uma receita líquida de R$ 2,4 bilhões e Ebitda de R$ 1,1 bilhão.

Com a operação, a Âmbar amplia sua atuação geográfica para dois novos estados e chega a 4,6 GW de potência entre usinas térmicas, hidrelétricas, fotovoltaicas e a biogás.

A empresa de energia da J&F vem ampliando rapidamente seus negócios, tendo comprado recentemente usinas da Engie, da Copel e da própria Eletrobras em operação no ano passado.

A Eletrobras destacou que o negócio reflete seu compromisso de mitigar riscos operacionais e financeiros, avançar na otimização de seu portfólio e alocação de capital, além de acelerar o atingimento de sua meta "net zero 2030".

Os termos do acordo com a Âmbar eliminam impactos de inadimplência relacionados aos contratos de venda de energia das usinas com a Amazonas Energia, distribuidora que foi privatizada em 2018 pela Eletrobras e que corre risco de caducidade do contrato de concessão.

O negócio garante a retomada dos pagamentos da Amazonas relativos ao fornecimento mensal de energia pela Eletrobras à concessionária amazonense. A distribuidora havia deixado de realizar esses pagamentos desde novembro do ano passado, o que levou ao provisionamento nas últimas demonstrações financeiras da Eletrobras.

Na hipótese de uma operação de transferência do controle da Amazonas Energia, conforme cogitado pelo MME (Ministério de Minas e Energia), a Eletrobras cederá para a Âmbar a totalidade dos créditos que detém relativos a contratos correntes e de confissão de dívidas da Amazonas.

Em contrapartida, a companhia terá uma opção de compra, "possibilitando a captura do benefício econômico fruto da recuperação operacional e financeira da distribuidora".

"Desta forma, a Eletrobras abre caminho para recuperação destes créditos, hoje considerados inexequíveis [100% provisionados no balanço da companhia]", disse a empresa, em nota.

"Tivemos um processo competitivo com alto engajamento, o que nos possibilitou uma valoração adequada dos ativos, a mitigação do risco relacionado a inadimplência corrente. Também chegamos a uma alternativa compreensiva para futura recuperação de valor de nossos créditos contra a distribuidora", destacou o vice-presidente de Estratégia e de Desenvolvimento de Negócios da Eletrobras, Elio Wolff.

As empresas também anunciaram nesta segunda-feira o aditamento de uma opção de compra assinada anteriormente referente ao complexo eólico Baleia. O aditamento permite à Eletrobras assumir o resultado integral do direito de recebimento à ação de cobrança sobre a indenização securitária, ainda em discussão com a seguradora.

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