Inflação nos EUA tem queda de 0,1% em maio e surpreende expectativa

Com o resultado, aumento de preços acumulado em 12 meses é o menor em um ano

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Lucia Mutikani
Washington | Reuters

Os preços ao consumidor dos Estados Unidos caíram inesperadamente e o aumento anual foi o menor em um ano, reforçando as visões de que a tendência de desinflação está de volta aos trilhos e aproximando o Fed (Federal Reserve, o BC dos EUA) do corte da taxa de juros.

O índice de preços ao consumidor caiu 0,1% no mês passado, depois de permanecer inalterado em maio, informou o Departamento do Trabalho nesta quinta-feira (11). Esse foi o segundo mês consecutivo de leituras moderadas e pode ajudar a reforçar a confiança entre as autoridades do banco central dos EUA de que a inflação está arrefecendo.

Nos 12 meses até junho, o índice subiu 3%, após um avanço de 3,3% em maio. Economistas consultados pela Reuters previam altas de 0,1% no mês e de 3,1% na base anual.

Imagem de uma pessoa empurrando um carrinho de compras em um corredor de supermercado. A pessoa está usando uma máscara facial e o corredor está repleto de produtos alimentícios embalados, como carnes e laticínios, dispostos em prateleiras refrigeradas.
Estados Unidos têm deflação de 0,1% em maio e surpreende mercado, que esperava alta dos preços - Justin Sullivan/Getty Images via AFP

O aumento anual dos preços ao consumidor desacelerou de um pico de 9,1% em junho de 2022. O índice está muito à frente das medidas monitoradas pelo Fed para sua meta de inflação de 2%, com o PCE avançando 2,6% em maio.

O relatório dos preços ao consumidor IPC veio após a notícia, na semana passada, de que a taxa de desemprego subiu de 4% em maio para 4,1% em junho, um recorde de dois anos e meio.

O crescimento econômico também desacelerou em resposta aos fortes aumentos de juros do banco central em 2022 e 2023, com a previsão para o PIB (Produto Interno Bruto) do segundo trimestre próxima à taxa anualizada de 1,8% que as autoridades consideram como o ritmo de crescimento não inflacionário.

O presidente do Fed, Jerome Powell, reconheceu a recente tendência de melhora nas pressões dos preços, mas disse aos parlamentares nesta semana que ainda não está pronto para declarar que a inflação foi derrotada e que "mais dados bons fortalecerão" as justificativas para cortes de juros.

O arrefecimento do mercado de trabalho e a desaceleração da economia fizeram com que os mercados financeiros e a maioria dos economistas esperassem que o Fed inicie seu ciclo de afrouxamento em setembro.

O banco central tem mantido sua taxa de juros de referência na faixa atual de 5,25% a 5,5% desde julho passado, após um total de 525 pontos-base de aumentos desde 2022.

Excluindo os componentes voláteis de alimentos e energia, o núcleo do índice de preços ao consumidor aumentou 0,1% em junho, depois de subir 0,2% em maio. Nos 12 meses até junho, o núcleo avançou 3,3%, de 3,4% em maio.

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