Veja prós e contras de cada serviço de entrega para empresas

Muitas vezes o empreendedor vai precisar combinar mais de um serviço

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Cristiane Teixeira

Não existe um meio de entrega que funcione para todo tipo de negócio. Existe aquele que se adapta melhor às necessidades de cada empresa, e muitas vezes o empreendedor vai precisar combinar mais de um serviço.

O chef Marcos Baldassari na sua recém-aberta hamburgueria, a MB Burger, na zona sul da capital paulista
O chef Marcos Baldassari na sua recém-aberta hamburgueria, a MB Burger, na zona sul da capital paulista - Keiny Andrade/Folha

Sem conseguir boas negociações com transportadoras, a empresária Andrea Billio, 44, escolheu os Correios para fazer as entregas de sua loja virtual de presentes e artigos de papelaria, a Mall Online.

"Essa é a melhor opção para quem, como eu, precisa remeter itens pequenos para lugares distantes. Então, fiz um contrato que me assegura descontos nas tarifas", diz Andrea, que fica em São Paulo.

Ela também vende por meio de marketplaces que contam com logística própria, caso de Amazon e B2W (grupo que reúne Americanas, Submarino e Shoptime).

"Um envio que sai por R$ 9 quando feito pelo Sedex me custa R$ 5 na B2W."

Quanto melhor for a avaliação da loja na plataforma, melhores são as condições para o comerciante, diz Andrea, que viu seu faturamento mensal saltar de R$ 175 mil para R$ 290 mil na pandemia.

Já na opinião do empresário Hívan Neves, 37, a entrega feita por transportadoras é mais segura, barata e rápida do que a dos Correios. Ele é sócio da loja online DePoster, que vende quadros decorativos fabricados em Florianópolis para o Brasil e o exterior.

Até o início de 2018, a empresa usava uma plataforma de gestão de fretes, a Melhor Envio. Com isso, conseguia ter descontos no serviço de diferentes transportadoras, sem que tivesse que fechar contrato com uma delas, já que o volume de vendas era baixo.

"A plataforma foi muito útil no início, mas era preciso fazer cada etiqueta de transporte. Agora, temos a média diária de 50 pedidos, e esse processo tomaria muito tempo."

Hoje, com faturamento mensal de R$ 200 mil, a companhia trabalha em parceria com a transportadora Jadlog. "Nossos sistemas se integram. Todas as etapas, do orçamento à etiqueta de entrega, são automatizadas", afirma.

No caso de lanchonetes e restaurantes, empreendedores precisam avaliar se é mais vantajoso ter uma entrega própria, usar aplicativos ou combinar os dois serviços.

Com a pandemia, o chef Marcos Baldassari, 39, teve de criar do zero um serviço de delivery para sua recém-aberta hamburgueria, a MB Burger, na zona sul de São Paulo.

Enquanto negociava com o iFood, o que levou mais de um mês, Marcos contratou dois motoboys.

Em nove semanas, entregando por dia cerca de 70 combos (sanduíche, batata frita e bebida), eles contribuíram para que o faturamento chegasse a R$ 100 mil no período --com custo fixo mensal de R$ 2.800.

"Até agora, só 2% das vendas vieram do aplicativo. Prefiro a entrega própria. É mais vantajosa em termos financeiros, e eu tenho a certeza de que os sanduíches vão chegar quentes e sem desmontar."

A apresentação dos produtos e todo o processo de entrega são aspectos pelos quais os comerciantes devem zelar, segundo o especialista em marketing e logística Marcos Stahl, do Sebrae.

O público busca um serviço não apenas pontual mas também seguro e qualificado e tende a associar essas características aos aplicativos de delivery, diz ele.

De acordo com Stahl, as taxas de serviço cobradas por plataformas como iFood, Rappi e Uber Eats é justificada por esse marketing e pelo impulsionamento do negócio.

O confeiteiro Cesar Yukio, 30, usa esses aplicativos como forma de captar novos consumidores para sua confeitaria japonesa, a Hanami, no Tatuapé, na zona leste paulistana.

"Nos pedidos, eu mando um cupom de desconto que o cliente usa aqui na loja, para retirar os doces ou, no futuro, comer no salão", conta.

Ele mantém um motoboy para atender os pedidos que vêm pelo telefone e pelo aplicativo da própria doceria, lançado na última semana.

A ideia é não deixar o faturamento mensal ficar abaixo de R$ 65 mil, 15% inferior à receita pré-pandemia.

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