Empresário deve se planejar para lucrar com tendências de verão

Para se adiantar, conselho é observar o que é moda no verão de Europa e EUA

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São Paulo

Para sobreviver quando o verão se vai, empresários de setores que exploram as características da estação precisam estar atentos às modas da estação para lucrar com elas, mas com planejamento e sabendo a hora de entrar e sair.

"Todo verão tem tendências. Uma deste parece ser o beach tennis. O empreendedor pode aproveitar a alta demanda, ganhar mercado e depois adaptar o negócio, passar a oferecer outra coisa em outros meses. Mas tem que ser rápido", diz Ariadne Mecate, consultora do Sebrae.

Ilustração mostra duas pessoas comendo. Só está visível na cena as mãos e braços delas. Há dois pratos com risoto, brócolis e ovo cozido. Há uma taça de vinho e uma caixa de vinho ao fundo. Há também uma garrafa de baermate, uma caixinha com o resto do risoto e ao lado uma caixa grande, com bananas e verduras dentro. Uma mão segura um celular aberto numa loja online, onde os produtos são todos semelhantes: um pote de molho de tomate. Na frente da mão, tem um pote desse molho vazio.
Carolina Daffara

Ela diz ainda que uma boa forma de se preparar para os próximos verões é ficar ligado no que acontece na Europa e nos EUA. "Tem que ficar de olho nas tendências de lá e já pensar não só no serviço em si, mas também nas coisas complementares", afirma.

O empreendedor que foca o verão, independentemente de sua área, deve também ficar atento ao fluxo de dinheiro dos negócios e, se necessário, adaptar seus serviços para continuar funcionando no resto do ano.

"Não pode ficar impressionado com as vendas de janeiro e fevereiro e sair gastando em demasia. Tem lojas de moda praia, por exemplo, que têm 70% de seu faturamento anual no verão", diz Alan Kuhar, professor de marketing da ESPM.

O consumidor do verão, diz Alan, é ocasional e tende a ter um ticket médio mais alto. O lojista tem, portanto, de estar bem preparado para atendê-lo, contratando mais gente e aumentando o estoque. O planejamento contribui para que uma poupança seja feita para os meses de vacas magras, independentemente do setor.

Segundo Alan, o mercado de roupas de praia tem uma pequena vantagem para sobreviver no resto do ano em relação a outros, como o de alimentação, porque os produtos são não perecíveis, e podem ser comprados em outra estação.

Marcelo Nakagawa, professor de empreendedorismo do Insper, recomenda aos empresários adaptar seus negócios para criar uma demanda durante os meses de outono, inverno e primavera.

"No setor de alimentação, por exemplo, quem vende sorvetes, saladas e refeições mais leves no verão precisa criar cardápios diferentes para outras estações. Pode continuar vendendo sorvete, mas complemente com uma calda quente, com um petit gâteau", sugere.

Já para o setor de vestuário, uma dica é aproveitar a mão de obra de costureiras contratadas no verão para produzir produtos para as outras estações ou pensar em exportação, para pegar o verão do hemisfério Norte, que acontece no meio do ano. ​

Segundo ele, empresários da cidade de Paraty (RJ) são um bom exemplo de adaptação. A cidade é praiana e recebe bom público no verão, mas seu principal evento, a Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) é geralmente em julho, no inverno.

"Assim, a rede hoteleira e os restaurantes precisaram criar capacidade para funcionar no inverno. Os empresários vendem vinho em vez de cerveja. Criam-se novos fatos para atrair a demanda de um turista que não é o de verão", complementa.

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