Publicidade
Publicidade
Chavistas celebram venda de TV que faz oposição ao governo
Publicidade
FLÁVIA MARREIRO
ENVIADA ESPECIAL A CARACAS
O controle acionário da emissora Globovisión, a única ferrenha crítica do governo da Venezuela em sinal aberto, será vendido a um empresário do ramo de seguros tido como próximo dos chavistas depois das eleições presidenciais de 14 de abril, anunciou nesta segunda o canal.
A família Zuloaga, que detém a maioria das ações da TV, divulgou carta na qual disse que a emissora é "inviável jurídica e financeiramente" com o atual comando. Os donos do veículo se queixam das ameaças de fechamento e do acosso legal do governo --que impõe dificuldades burocráticas e multas-- e da impossibilidade de receber dólares preferenciais estatais para comprar equipamentos.
No texto, Guillermo Zuloaga disse que o canal "fez tudo em seu poder" para ajudar a eleição de um opositor nas eleições presidenciais de 2012, sem sucesso, "o que nos pôs em uma situação muito precária como canal e como empresa". Ante a perspectiva de não conseguir renovar a concessão do canal, que expira em dois anos, a decisão foi vender.
Zuloaga está foragido da Venezuela desde 2010, acusado de "usura genérica" por supostamente especular na venda de carros.
Outros 20% da TV, pertencentes a Nelson Mezerhane, estão congelados, em litígio nas mãos do governo também desde 2010, quando o governo liquidou banco pertencente ao empresário.
O autor da oferta de compra é Juan Domingo Cordero, um dos donos da empresa La Vitalícia e tido como próximo do governo e do presidente da Assembleia Nacional, Diosdado Cabello.
Segundo fontes do mercado, é improvável que a seguradora tenha obtido licenças para o negócio a partir de 2008, quando iniciou sua expansão, sem ter boas relações com a cúpula chavista.
Apesar de não haver ligação explícita entre o empresário e o chavismo, a futura venda do canal foi comemorada pelo ex-ministro de Comunicações e atual integrante da campanha de Nicolás Maduro, Andrés Izarra, que disse que a TV será "roja-rojita" (vermelha-vermelhinha), em referência à cor usada pelo governo.
A Globovisión é uma das quatro emissoras privadas que apoiaram o frustrado golpe contra Chávez, em 2002.
A emissora, com cerca de 500 trabalhadores, funciona praticamente como porta-voz da oposição. No ano passado, a TV pagou multa de US$ 2 milhões determinada pelo órgão regulador Conatel por supostamente ter feito "apologia ao crime" e incitado "à agitação civil" na cobertura de um motim num presídio.
Em janeiro, o Conatel abriu novo processo, porque o canal teria feito spots com os artigos da Constituição sobre a posse presidencial. No mês passado, a emissora protestou por ser excluída do novo sistema de TV digital aberta do país.
+ Canais
- Conheça a página da Folha Mundo no Facebook
- Acompanhe a Folha Mundo no Twitter
- Acompanhe a Folha no Twitter
+ Notícias em Mundo
+ Livraria
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade
Publicidade
As Últimas que Você não Leu
Publicidade
+ LidasÍndice
- Alvo de piadas, Barron Trump se adapta à vida de filho do presidente
- Facções terroristas recrutam jovens em campos de refugiados
- Trabalhadores impulsionam oposição do setor de tecnologia a Donald Trump
- Atentado contra Suprema Corte do Afeganistão mata 19 e fere 41
- Regime sírio enforcou até 13 mil oponentes em prisão, diz ONG
+ Comentadas
- Parlamento de Israel regulariza assentamentos ilegais na Cisjordânia
- Após difamação por foto com Merkel, refugiado sírio processa Facebook
+ EnviadasÍndice