Casa Branca 'rebaixa' credenciais de genro de Trump

Jared Kushner teve seu nível de acesso rebaixado de 'top secret' para 'secret'

O assessor especial da Casa Branca Jared Kushner ouve o presidente Donald Trump, seu sogro, durante reunião na Casa Branca - Evan Vucci - 1.nov.2017/Associated Press
Estelita Hass Carazzai
Washington

A Casa Branca restringiu as credenciais do genro do presidente Donald Trump, Jared Kushner, na semana passada. 

Kushner, 37, casado com Ivanka Trump e assessor especial do republicano desde sua posse, teve seu nível de acesso rebaixado de “top secret” para “secret”, segundo reportou o site Politico.

Com isso, ele não tem mais acesso a informações confidenciais, como o briefing diário do presidente, nem a reuniões estratégicas. Kushner vinha conduzindo esforços de negociação de paz no Oriente Médio, além de assessorar o presidente em assuntos externos. 

A mudança faz parte de uma “faxina” administrativa conduzida pelo chefe de gabinete de Trump, John Kelly, que está revendo as credenciais de segurança da Casa Branca desde que um assessor, Rob Porter, foi demitido após ser denunciado por violência doméstica contra duas ex-mulheres.

Na ocasião, Kelly foi severamente criticado pelos funcionários, por ter deixado passar as acusações contra Porter na checagem de antecedentes, e perdeu a confiança de parte da equipe.

Kushner ainda tem um status de segurança “temporário”, ou seja, pendente de verificação pelo Departamento de Justiça. Esse teria sido o motivo para o “rebaixamento” do genro de Trump. Assim como ele, outros membros da equipe com esse mesmo status perderam credenciais privilegiadas.

Segundo o advogado Abbe Lowell, que representa Kushner, a mudança “não irá afetar o importante trabalho que lhe foi atribuído” por Trump.

A secretária de imprensa da Casa Branca, Sarah Sanders, não quis comentar o caso de Kushner nesta terça (27). Afirmou, porém, que ele é “um valoroso membro da equipe” e que vai continuar a desempenhar as funções que vinha exercendo desde o ano passado.

Questionado sobre o eventual rebaixamento do genro na semana passada, Trump afirmou que a decisão cabia a Kelly, e não a ele.

A relação de Kushner com o setor privado também incomodava membros da Casa Branca. Sua família possui investimentos no setor imobiliário e de comunicação. 

Nesta terça (27), o “The Washington Post” noticiou que autoridades de pelo menos quatro países (Emirados Árabes, China, Israel e México) debatiam sobre como poderiam manipular o assessor de Trump, com base em seus interesses privados e sua falta de conhecimento sobre política externa. O próprio assessor de Segurança Nacional, H. R. McCaster, manifestava preocupação com o assunto.

A Casa Branca não comentou. 

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