Ex-assessor de campanha de Trump fecha delação com FBI sobre Rússia

Rick Gates admitiu crimes de conspiração e falso testemunho em caso de lavagem de dinheiro

Ex-assessor de campanha de Trump, Rick Gates deixa tribunal em Washington após fechar delação no caso da interferência russa na eleição de 2016
Ex-assessor de campanha de Trump, Rick Gates deixa tribunal em Washington após fechar delação no caso da interferência russa na eleição de 2016 - José Luis Magana/Associated Press
Washington | Reuters

Um ex-assessor da campanha presidencial de Donald Trump se declarou nesta sexta-feira (23) culpado por conspiração contra os EUA e falso testemunho e anunciou que cooperará com a investigação sobre a interferência russa na eleição de 2016.

Vice-gerente da campanha republicana, Rick Gates é investigado também por fraude bancária, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro em um esquema com seu chefe da equipe de Trump, Paul Manafort, que teria lavado mais de US$ 30 milhões em dinheiro ilícito por meio de empréstimos.

A acusação diz que a dupla usou fundos de contas secretas offshore para desfrutar de uma vida de luxo. Eles foram acusados pelo FBI por estes crimes pela primeira vez em outubro.

Procuradores disseram que, com a confissão, Gates pode receber uma redução em sua sentença total com base na extensão de sua cooperação com a investigação de Robert Mueller sobre a interferência russa e a suposta ligação da equipe de Trump com o governo de Vladimir Putin.

A declaração de culpa aumenta pressão sobre Manafort, que foi gerente de campanha de Trump por cinco meses em 2016, para também buscar um acordo judicial. No entanto, Manafort disse em um comunicado emitido após a declaração de Gates que mantinha sua inocência.

O acordo de Gates aparentou ter sido motivado por sua preocupação por custos legais e tensões sobre sua família. Se condenado pelas acusações que ele confessou, ele cumpriria entre 57 a 71 meses de prisão.

Nenhuma das acusações até agora contra Gates ou Manafort fizeram referência a qualquer conexão com envolvimento russo na eleição de 2016. A Rússia negou as acusações de interferência. Trump disse que não houve conluio, e também negou qualquer tentativa de obstruir a investigação de Mueller.

Mueller, nomeado pelo Departamento de Justiça no ano passado, possui ampla informação, que permite que analise qualquer ato irregular descoberto durante o curso de sua investigação.

Embora não seja claro o que Gates pode ser capaz de revelar a investigadores, ele era parte da equipe de campanha de Trump quando seu então chefe Manafort participou de um encontro em junho de 2016 na Trump Tower, em Nova York, junto a dirigentes da campanha e uma advogada russa.

O procurador, de acordo com fontes familiares à investigação, tomou grande interesse sobre se e-mails do Partido Democrata supostamente hackeados pela inteligência russa e divulgados seis dias depois do encontro foram discutidos durante a reunião.

Ele também está interessado em relatos divergentes sobre o encontro na Trump Tower, incluindo um que foi escrito a bordo do avião de Trump com assistência do presidente, disseram as fontes.

Gates ajudava a comandar as operações rotineiras da campanha, desempenhando um papel fundamental na Convenção Nacional Republicana, na qual Trump foi escolhido como candidato do partido e o acompanhava em voos da campanha.

Ele permaneceu na campanha até mesmo depois de Manafort renunciar, em agosto de 2016, em meio a uma controvérsia sobre pagamentos da Ucrânia. Após a vitória eleitoral de Trump em novembro de 2016, Gates esteve na equipe de transição presidencial de Trump e em seu comitê inaugural.

Erramos: o texto foi alterado

Rick Gates é investigado por participação na lavagem de US$ 30 milhões, e não US$ 30 bilhões, como anteriormente informado. O texto foi corrigido.

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