Estado Islâmico reivindica atentado a faca que matou 1 e feriu 4 em Paris

Agressor atacou em uma região turística no centro e foi morto pela polícia, que vai apurar o caso

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Paris | Reuters e AFP

Uma pessoa morreu esfaqueada e outras quatro ficaram feridas durante um ataque no centro de Paris neste sábado (12) que foi reivindicado pelo grupo terrorista Estado Islâmico. O atacante foi baleado e morto pela polícia, que abriu uma investigação para estabelecer se foi mesmo um caso de terrorismo.

Bombeiros bloqueiam a rua Saint Augustin, em Paris, perto onde uma pessoa foi morta em ataque a faca
Bombeiros bloqueiam a rua Saint-Augustin, em Paris, perto do local do ataque deste sábado - Thomas Samson/AFP

O ataque ocorreu na rua Monsigny, no distrito do Opéra (que tira seu nome da casa de ópera Garnier), muito frequentado por turistas e moradores da capital francesa, coalhada de restaurantes e bares. A região em volta foi isolada e uma estação de metrô próxima, isolada, mas o movimento continuava normal fora de lá.

A polícia de Paris informou que o incidente ocorreu por volta das 21h, e que dois dos feridos estão internados em estado grave. O presidente Emmanuel Macron afirmou que não cederia a "inimigos da liberdade", ao comentar o caso, e escreveu em rede social que a "França novamente pagou o preço do sangue".

Não há detalhes sobre a nacionalidade da vítima. A agência de notícias do EI (Estado Islâmico) disse que o ataque havia sido cometido por um de seus "soldados", sem apresentar evidências. O promotor François Molin, que foi ao local, disse que testemunhas ouviram o atacante gritar "Deus é o maior" em árabe, um mote típico de combatentes e terroristas islâmicos em ação.

Nos últimos anos, Paris registrou uma série de ataques de simpatizantes de grupos terroristas, especialmente o EI. A segurança nas ruas da cidade está reforçada, com a presença inclusive de soldados do exército perto de pontos turísticos muito populares, como a torre Eiffel.

No mais grave dos atentados, em novembro de 2015, 130 pessoas morreram em uma ação assumida pelo próprio EI, que teve ataques com bombas e fuzis de forma coordenada pela cidade.

Com o reforço na segurança em toda a Europa, os ataques posteriores foram de execução mais simples, com esfaqueamentos e o uso de veículos contra transeuntes.

O incidente mais sério do tipo ocorreu no Dia da Bastilha (14 de julho) de 2016, em Nice, no sul francês. Um homem jogou um caminhão contra uma multidão que estava numa avenida beira-mar, matando 86 pessoas. Em dezembro daquele ano, uma ação semelhante matou 12 pessoas em Berlim.

Em 2017, houve casos de atropelamento em Londres, Estocolmo e Barcelona, com diversas vítimas. Houve esfaqueamento registrado em Marselha (França) no mesmo ano. De 2015 a março passado, morreram 245 pessoas em ataques terroristas em solo francês.

A simplificação do modus operandi dos terroristas também refletia o novo cenário geopolítico. O EI chegou a dominar vastas extensões no interior da Síria e do Iraque, onde treinava recrutas para ações terroristas na Europa.

Com a intervenção da Rússia e do Ocidente na região, o grupo perdeu força e foi praticamente erradicado do ponto de vista territorial, resistindo em apenas alguns pequenos pedaços do território sírio. Assim, suas ações na Europa foram crescentemente menos organizadas e sem o uso de explosivos ou armamento pesado.

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