OMS envia equipes de emergência ao Congo para combater a epidemia de ebola

Entidade vai levar 4 mil doses de vacina experimental à República Democrática do Congo (RDC)

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Kinshasa | Reuters

O governo da República Democrática do Congo (RDC) e agências da ONU começaram a enviar equipes de emergência para os locais afetados por uma epidemia de vírus ebola que já pode ter infectado 30 pessoas. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) obteve 4 mil doses de uma vacina experimental contra o ebola e se preparava para enviá-las ao Congo, segundo informou à Reuters a diretora da OMS para a África, Matshidiso Moeti.

Por enquanto, só dois casos foram confirmados em laboratório. 

O último caso suspeito foi registrado na sexta-feira (11), na província de Equateur, no noroeste do país. O ministro da saúde da RDC, Oly Ilunga Kalenga, acompanhado de especialistas da OMS e da Unicef, visitaram o local no sábado (12).

Enfermeiros e médicos vestem equipamento de proteção para atender pacientes com suspeita de ebola em hospital em Bikoro, epicentro da epidemia, na República Democrática do Congo.
Enfermeiros e médicos vestem equipamento de proteção para atender pacientes com suspeita de ebola em hospital em Bikoro, epicentro da epidemia, na República Democrática do Congo. - MARK NAFTALIN/AFP PHOTO/ UNICEF

Moeti, da OMS, afirmou que já foram identificadas 362 pessoas que podem ter entrado em contato com os doentes - esse é um passo necessário para identificar quem deve ser vacinado. Ela afirmou que duas dessas pessoas haviam ido até Mbandaka, capital da província, aumentando a possibilidade de a epidemia se espalhar na cidade. 
 "Estamos preocupados porque se trata de uma cidade com 1 milhão de habitantes", ela disse.

A RDC relatou na terça-feira (8) os primeiros casos da epidemia, no vilarejo de Ikoko Impenge, perto da cidade de Bikoro. Há 32 casos suspeitos ou confirmados, com 18 mortes desde 4 de abril. 
Autoridades estão correndo para evitar que a disseminação do vírus saia do controle, como ocorreu em Serra Leoa, Libéria e Guiné entre 2014 e 2016, quando mais de 11.300 pessoas morreram de ebola. 
Na época, a OMS foi alvo de duras críticas, por ter sido lenta na reação á epidemia. 
O Congo já registrou oito epidemias de ebola. Mas, por terem ocorrido em locais remotos, em um país onde a rede de transportes é precária, as epidemias ficaram contidas e não se transformaram em emergências de saúde pública. 
Desta vez, no entanto, os casos estão próximos ao rio Congo, principal canal de transportes para a capital do país, Kinshasa, e para a capital da República do Congo, Brazzaville, o que aumenta o risco de a doença se alastrar. 
O vírus - que causa morte por hemorragia interna e externa ao danificar os vasos sanguíneos - já se espalhou para três locais na RDC. 

Nove países vizinhos estão em estado de alerta. 

"A OMS está aumentando a presença no país, alocando 12 epidemiologistas que serão enviados aos locais para investigar", disse o representante da entidade no país, Allarangar Yokouide.

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