EUA são 2º país mais inclusivo para imigrantes entre 27, aponta pesquisa

Segundo Ipsos, cenário muda no caso de imigrante sem cidadania americana; Brasil é 15º no estudo

As crianças se enrolam nos pilares da cerca. Elas aparecem do outro lado do fotógrafo.
Crianças escalam parte da cerca que separa o México e os EUA perto de Sunland Park, no estado do Novo México - Joe Raedle/Getty Images/AFP
São Paulo

 O americano é o segundo povo mais inclusivo ao responder quem é o cidadão do país, só atrás do canadense, segundo pesquisa da Ipsos em 27 países (inclusive Brasil).

Ninguém é mais tolerante que o americano quando a pergunta inclui o imigrante com cidadania. O cenário, porém, muda se aborda o imigrante legal que viveu a maior parte da vida nos EUA, mas não tem cidadania, ou o imigrante ilegal há tempo no país.

Nos dois casos, a visão negativa supera a positiva. Para o imigrante legal, 44% dizem que ele não é cidadão de verdade do país (37% dizem sim). Para o imigrante ilegal, 55% dizem não, e 25% dizem sim.

A pesquisa ajuda a explicar a decisão do presidente Donald Trump de manter a tolerância zero aos imigrantes ilegais, mesmo após ter prometido reverter a decisão que separa famílias. Outros dois levantamentos divulgados na semana passada corroboram o da Ipsos em relação ao modo que a sociedade americana vê a imigração: positiva para o país, mas é preciso ter limite.

Quase 3 em cada 4 americanos, segundo o Gallup, dizem que a entrada de estrangeiros beneficia a sociedade, a maior aprovação neste século.

Porém, 44% consideram que Trump faz um trabalho bom ou ótimo em relação à imigração, índice que Barack Obama não conseguiu em seus oito anos na Presidência (2009-2017), segundo a Rasmussen.

Essa mesma pesquisa mostra que para 54% dos americanos a separação de famílias na fronteira é culpa dos pais.

O brasileiro, segundo a Ipsos, está entre os menos inclusivos com o imigrante com cidadania. Mas é uma das raras nações em que mais gente considera o imigrante legal que passou a maior parte da vida no local é cidadão do país.

Segundo Marie Vialle Marchiori , gerente da Ipsos Public Affairs, a fluência na língua é o segundo critério para definir um "verdadeiro brasileiro". "O que pesa é mais o 'jeito' do que o documento", diz.

A pesquisa online foi respondida por 14 mil pessoas em 14 países (margem de erro de 3,1 pontos percentuais) e 500 em cada um dos outros 13 países (margem de 4,5 pontos para mais ou para menos).

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