Governo Trump revela como pretende reunir crianças separadas dos pais

Ainda há 2.053 crianças separadas sob custódia do departamento de Saúde e Serviços Humanos

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Nova York

O governo americano revelou na noite de sábado (23) seu plano de como pretende reunir crianças separadas de seus familiares, em tentativa de aplacar críticas sobre como esse reencontro ocorreria após muitos menores terem sido espalhados por abrigos nos EUA. 

Segundo a secretaria de Segurança Doméstica dos Estados Unidos, foram adotados mecanismos de identificação para assegurar que os integrantes de cada família saibam a localização das crianças e consigam se comunicar regularmente com elas.

A secretaria afirmou ainda que conhece a localização de todas as crianças separadas das famílias que estão sob sua custódia e afirmou que está trabalhando para reuni-las com seus pais. Não há informações, porém, sobre o tempo que leva para esse reencontro acontecer. 

Até agora, diz, 522 menores foram reunidos a seus pais desde que a política de tolerância zero teve início, em abril. Outros 16 seriam devolvidos na sexta (22), mas houve atraso na viagem por causa de condições climáticas. O reencontro estava previsto para este domingo (24).

Ainda há 2.053 crianças separadas sob custódia do departamento de Saúde e Serviços Humanos. Desse total, diz, 17% seriam como resultado da política de tolerância zero. Os outros 83% teriam chegado aos EUA sem um pai ou responsável.

O comunicado tenta acalmar receios que surgiram com a política de tolerância zero. Como muitos menores são enviados para abrigos espalhados pelos EUA, levantou-se o temor de que muitos pais poderiam não saber como encontrar seus filhos.

Mas, segundo a secretaria, um pai em vias de deportação pode pedir que seu filho o acompanhe de volta ao país de origem. Mas ressaltou que, no passado, muitos decidiram ser deportados sem seus filhos.
O centro de processamento Port Isabel, no Texas, foi o local escolhido para o reencontro antes da deportação.

O comunicado afirma ainda haver um número pequeno de crianças que serão mantidas separadas de seus familiares, mas por razões que não tem a ver com a política de tolerância zero. 

Em geral, diz, isso acontece porque não há como comprovar a relação de parentesco, porque o adulto é considerado uma ameaça à segurança da criança ou se o adulto for um criminoso estrangeiro.

O Serviço de Imigração e Alfândega americano (ICE, na sigla em inglês) colocou informações em todas as suas unidades para os pais que estão tentando localizar ou se comunicar com seus filhos. Eles devem ligar para uma central telefônica e, depois, a ICE e o departamento de Saúde e Serviços Humanos coordenam o reencontro.

A ICE afirma ainda que trabalha com os consulados para assegurar que os documentos de viagem sejam emitidos para pais e filhos na hora da deportação.

Dentro de 24 horas após a chegada às instalações do departamento, os menores têm a oportunidade de se comunicar com um pai, responsável ou familiar, nos EUA ou fora do país. O comunicado garante que os menores têm acesso a seus advogados e ao consulado de seus países.

A política de tolerância zero foi anunciada em abril pelo secretário de Justiça, Jeff Sessions, que determinou que todos os que atravessam ilegalmente a fronteira com o México deveriam ser denunciados e cumprir pena em prisões federais.

Seis semanas após a ordem ser emitida, 1.995 crianças haviam sido separadas dos pais, segundo dados da secretaria de Segurança Doméstica.

Começaram a vir a público fotos de crianças separadas dos pais, assim como áudios de menores chorando pelos pais e vídeos de crianças sendo transferidas, à noite, para abrigos.

A comoção internacional provocada pela medida fez com que o presidente Donald Trump recuasse e assinasse uma ordem executiva (espécie de decreto) para manter as famílias unidas

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