Atirador mata cinco funcionários e fere dois em redação de jornal nos EUA

Suspeito tinha briga judicial com publicação desde 2011 por acusação de assédio sexual

Policiais conversam com homem durante ação envolvendo ataque de jornal em Anápolis, Maryland (EUA)
Policiais conversam com homem durante ação envolvendo ataque em jornal em Annapolis, Maryland (EUA) - Greg Savoy/Reuters
Annapolis (Maryland, EUA)

Um homem invadiu a Redação do jornal Capital Gazette, em Annapolis (a 50 km de Washington), e matou quatro jornalistas e uma assistente comercial a tiros na tarde desta quinta-feira (28). Outras duas pessoas sofreram ferimentos sem gravidade.

A ação, cuja motivação não estava clara até a publicação deste texto, durou menos de dois minutos e foi interrompida pela polícia, que prendeu o suspeito, descrito como um homem branco de cabelos pretos, próximo dos 40 anos, que vive no estado de Maryland. 

Poucas horas após o ataque, repórteres do veículo, um diário com tiragem de 30 mil exemplares publicado desde 1884 que cobre notícias locais, estavam a postos com blocos e canetas na mão na entrevista à imprensa sobre a chacina.

"Ainda não digeri. Só sei que quero fazer o meu trabalho", disse à Folha o repórter Chase Cook, que estava de folga e correu para o prédio tão logo recebeu a notícia. "Só posso dizer uma coisa: vamos publicar a edição de amanhã [sexta]."

Até a publicação deste texto, a polícia não confirmara se tratar de crime contra a imprensa e a liberdade de expressão —como ocorreu em Paris em janeiro de 2015, quando terroristas invadiram a Redação do semanário satírico Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas. 

Na tarde de quinta, as sedes do Baltimore Sun, do New York Times, do Los Angeles Times e de redes de TV receberam proteção policial por precaução.

O presidente Donald Trump, que frequentemente critica a mídia, evitou responder a repórteres sobre o ataque. Mais tarde, disse que rezava pelas vítimas, ao que os jornalistas da Gazette reagiram exigindo novas leis de controle de armas.

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