Um homem invadiu a Redação do jornal Capital Gazette, em Annapolis (a 50 km de Washington), e matou quatro jornalistas e uma assistente comercial a tiros na tarde desta quinta-feira (28). Outras duas pessoas sofreram ferimentos sem gravidade.
A ação, cuja motivação não estava clara até a publicação deste texto, durou menos de dois minutos e foi interrompida pela polícia, que prendeu o suspeito, descrito como um homem branco de cabelos pretos, próximo dos 40 anos, que vive no estado de Maryland.
Poucas horas após o ataque, repórteres do veículo, um diário com tiragem de 30 mil exemplares publicado desde 1884 que cobre notícias locais, estavam a postos com blocos e canetas na mão na entrevista à imprensa sobre a chacina.
"Ainda não digeri. Só sei que quero fazer o meu trabalho", disse à Folha o repórter Chase Cook, que estava de folga e correu para o prédio tão logo recebeu a notícia. "Só posso dizer uma coisa: vamos publicar a edição de amanhã [sexta]."
Até a publicação deste texto, a polícia não confirmara se tratar de crime contra a imprensa e a liberdade de expressão —como ocorreu em Paris em janeiro de 2015, quando terroristas invadiram a Redação do semanário satírico Charlie Hebdo e mataram 12 pessoas.
Na tarde de quinta, as sedes do Baltimore Sun, do New York Times, do Los Angeles Times e de redes de TV receberam proteção policial por precaução.
O presidente Donald Trump, que frequentemente critica a mídia, evitou responder a repórteres sobre o ataque. Mais tarde, disse que rezava pelas vítimas, ao que os jornalistas da Gazette reagiram exigindo novas leis de controle de armas.
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