Resgate de time de futebol preso em caverna na Tailândia pode levar meses

Segundo equipes de socorro, risco dificulta retirada de local inundado por meio de mergulho

Os meninos usam um uniforme vermelho e branco e estão dentro da caverna, esmaecidos pela luz de uma lanterna.
Foto da Marinha tailandesa mostra alguns dos 12 meninos presos em uma caverna inundada em Chiang Rai, no norte do país - Marinha da Tailândia/Reuters
Mae Sai (Tailândia)

As autoridades da Tailândia deixaram claro que as operações de resgate dos 12 meninos e de um técnico de um time de futebol que estão há dez dias presos em um complexo de cavernas da província de Chiang Rai, no norte do país, ainda não terminaram.

"Por enquanto nós só os encontramos. A próxima missão é retirá-los da caverna e levá-los para casa", afirmou o governador de Chiang Rai.

Quando isso poderá ser feito, porém, permanece indefinido —se dentro de horas, dias, semanas ou meses. A caverna é descrita como um labirinto pelos socorristas, e o resgate, com um desafio logístico. Não está claro ainda, também, se algum deles está ferido ou precisando de atendimento médico.

As dificuldades das equipes de resgate são muitas. Uma delas é o fato de vários trechos da caverna ainda estarem alagados. A localização deles só foi possível com a participação de mergulhadores muito experientes, após muitas horas de trabalho.

"A opção de retirá-los via mergulho é mais rápida, mas também a mais perigosa", disse à BBC Anmar Mirza, coordenador da Comissão de Resgate em Cavernas dos EUA.

Para Edd Sorenson, coordenador da Organização Internacional de Resgate Submarino em Cavernas, essa deve ser a última opção.

"Mergulhar em condições de visibilidade zero para alguém sem familiaridade com esse tipo de condição extrema seria muito fácil e provável que eles entrem em pânico e possam até se matar ou matar os socorristas", afirmou.

Uma possibilidade, no entanto, ainda é treinar os 13 para mergulhar na caverna.

Butch Hendrick, mergulhador de resgate americano, alertou em entrevista à CNN que o resgate deve acontecer um a um e que cada resgate individual deve levar horas de execução.

"Eles teriam de garantir que cada um foi retirado com sucesso para começar a retirar o próximo, pois se de repente têm um problema, é difícil retornar no meio do caminho."

Equipes na Tailândia já vinham trabalhando com a possibilidade de ter de perfurar passagens na pedra para retirar os jovens. A dificuldade é encontrar o lugar preciso para perfurar e garantir que as paredes da caverna consigam aguentar o peso dos equipamentos de perfuração.

O governador Osottanakorn disse nesta segunda que a drenagem de água vai continuar, mas as contínuas chuvas atrapalham essa operação.

Enquanto isso, médicos com experiência em mergulho foram enviados para checar as condições de saúde dos meninos e do técnico.

"Se os médicos disserem que a condição física deles é boa o suficiente para que eles sejam removidos, tentaremos fazer isso", afirmou.

No entanto, o suprimento de comida aos resgatados tem se ver controlada, já que estão há dez dias sem comer.

"Seria melhor para eles primeiro receber comida, água, equipamentos de filtragem e oxigênio", afirmou Sorenson à BBC. Por enquanto, eles estão sendo alimentados apenas com géis energéticos.

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