Descrição de chapéu Venezuela

Equador abre corredor humanitário para venezuelanos chegarem ao Peru

Imigrantes serão conduzidos de ônibus até fronteira

Venezuelanos com destino ao Peru dormem ao relento ao longo de estrada entre Tulcán e Ibarra, no Equador - Luis Robayo - 22.ago.18/AFP
São Paulo e Quito | AFP

O governo do Equador anunciou a criação de um corredor humanitário ao longo de seu território para que os venezuelanos que entrem no país sejam levados de ônibus até a fronteira com o Peru, segundo informou o diário El Comercio.

A travessia, que se estende por 800 km e normalmente é feita à pé pelos imigrantes, contará com apoio policial.

De acordo com o ministro do Interior equatoriano, Mauro Toscanini, haverá "sete pontos de controle policial ao longo do corredor humanitário". 

"São 35 ônibus neste momento no corredor humanitário e vamos continuar até onde for possível", declarou Toscanini nesta sexta-feira (24) em Macas (sudeste).

Desde o sábado passado, o Equador passou a exigir passaporte válido, e não apenas a carteira de identidade, para venezuelanos que tentam entrar no país. O Peru anunciou que vai adotar medida semelhante a partir deste sábado (25).

Na quinta (23), a ONU criticou essas restrições e pediu aos países latino-americanos que continuem recebendo os refugiados que deixam o país. ​

O chanceler José Valencia afirmou que seu país está "frustrado" com a Venezuela pela falta de vontade política para solucionar a crise migratória.

"Cremos que uma saída negociada é indispensável para a crise venezuelana. É desumano permitir que milhares de pessoas saiam do país como fruto de uma crise política, econômica e social", afirmou, segundo o El Comercio. 

O Equador convocou uma  reunião envolvendo 12 governos da América do Sul e Central, em meados de setembro, para discutir como tratar o êxodo venezuelano de forma regional. Estão confirmadas as presenças de Brasil e Chile. 

No Centro Binacional de Atenção Fronteiriça (Cebaf) em Tumbes, uma avalanche de venezuelanos chegou horas antes de que comece a vigorar a obrigação de apresentação do passaporte para entrar no território venezuelano. A grande maioria é de jovens, alguns com seus filhos.

"Justamente vim no tempo limite, para poder entrar", disse Angelí Vergara, secretária de 22 anos. "Fiquei dois anos esperando o passaporte e não me entregaram." 

Muitos estavam há quase 20 dias caminhando, viajando em precários ônibus rurais ou pedindo carona. 

"Vim para aqui 'mochilando' pela Colômbia e pelo Equador como todos os venezuelanos", disse Edgar Torres, professor de educação física de 22 anos. Como quase todos os seus companheiros, não tinha passaporte nem um centavo no bolso.

Esperou na fila do Cebaf por 12 horas para conseguir entrar no Peru. Comeu seu primeiro prato quente em 10 dias quando voluntárias de uma igreja chegaram para distribuir sopa de arroz e batatas. ​

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