“Foi tão rápido. Parecia um filme. Aquilo tudo era um verdadeiro pesadelo”, disse à Folha Davide Capello, 33, ex-goleiro profissional italiano que conseguiu sair ileso após seu carro cair a cerca de 30 metros de altura no desmoronamento da ponte Morandi, em Gênova, norte da Itália.
Mesmo em situação de risco, Capello conseguiu ligar para os bombeiros e pedir ajuda. Em seguida, falou com a namorada para dizer que estava bem.
O italiano também é bombeiro e afirma que isso ajudou muito na hora de manter a calma e pedir socorro sem pânico.
“Graças a Deus estou vivo! Só digo obrigada universo”, declarou emocionado. Por telefone, Capello interrompeu a entrevista e disse que precisa descansar fora da cidade.
A ponte desabou no final da manhã de terça-feira (14), por motivos que ainda estão sendo investigados —uma hipótese é que a estrutura estivesse desgastada e sem a manutenção adequada para o tráfego pesado que aguenta.
Nesta quinta, o governo italiano abriu um inquérito para investigar a Autostrade per l’Italia, concessionária da ponte. A empresa alega que a manutenção estava em dia, mas o recém-empossado governo do premiê Giuseppe Conte ameaça revogar a licença.
Entre bairros industriais da cidade portuária, a ponte está em uma estrada que liga a região à França e ao restante da Itália.
Até a noite desta quinta-feira (16), o governo italiano havia registrado 41 mortes e 16 pessoas feridas na queda da ponte Morandi.
As buscas por desaparecidos continuava. Pelo menos mais 10 pessoas estavam desaparecidas até a conclusão desta edição. Entre os sobreviventes resgatados nos escombros estão dois ucranianos, uma pessoa da República Tcheca, um romeno e dois italianos, segundo o diretor do Hospital San Martino, Pisano Stampa.
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