Seis são presos em confrontos entre policiais e separatistas em Barcelona

Ânimos se acirram às vésperas de aniversário de um ano de referendo de separação catalã

Barcelona | Associated Press e Reuters

Ao menos seis pessoas foram presas na cidade espanhola de Barcelona, neste sábado (29), quando manifestantes contrários e a favor da independência da região da Catalunha entraram em confronto com a polícia, dois dias antes do aniversário de um ano do referendo independentista.

Outras 24 pessoas receberam tratamento médico por ferimentos sofridos durante os protestos. 

As tensões permanecem altas na região, um ano após a votação, que foi considerada ilegal pelo governo central em Madri mas celebrada pelos separatistas catalães.

Policiais que vieram de toda a Espanha pediam melhores salários, mas também quiseram homenagear os agentes mobilizados em 2017, o que causou indignação entre os separatistas, que organizaram uma contramanifestação.

Grupos pró-independência haviam acampado desde a noite de sexta para impedir o protesto policial. A marcha aconteceu, mas precisou alterar sua rota. 

Segundo as autoridades locais,  3 mil participaram do protesto ao lado dos policiais e 6 mil dos pró-independência.

O eletricista Narcis Termes, 68, que participava do protesto separatista com sua mulher, disse não ter mais esperanças de a Catalunha obter independência. “No ano passado vivemos um dos nossos melhores momentos. Vi meus pais chorarem de alegria por terem podido votar, mas agora estamos num impasse”, afirmou. 

Manifestantes separatistas jogam pó colorido na polícia em Barcelona - Jon Nazca/Reuters

No sábado, Oriol Junqueras,  um dos nove líderes catalães presos desde o ano passado, anunciou que irá concorrer a uma vaga no Parlamento Europeu nas eleições do ano que vem. 

“Apresentar-me como candidato para as eleições europeias é a melhor maneira de denunciar o retrocesso nos valores democráticos e a repressão que temos visto por parte do governo espanhol.”

O mecânico Joan Puig, 42 , afirmou que o conflito foi alimentado por políticos de ambos os lados. “Está cada vez mais tenso”, afirmou. 

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