A Anistia Internacional anunciou que retirou o Prêmio de Embaixadora da Consciência concedido em 2009 à hoje líder de Mianmar, Aung San Suu Kyi. O título é a maior honra concedida pela organização internacional de direitos humanos.
A Anistia Internacional critica o fracasso do governo de Suu Kyi de enfrentar as atrocidades militares cometidas contra a minoria muçulmana rohingya no país.
Investigadores da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgaram um relatório em agosto acusando os militares de Mianmar de realizar execuções em massa de rohingyas com "intenção genocida" em uma operação que levou mais de 700 mil a fugirem para Bangladesh pela fronteira.
Suu Kyi, que recebeu também o Prêmio Nobel da Paz em 1991 por fazer campanha pela democracia, foi acusada no mesmo relatório de não usar sua "autoridade moral" para proteger civis.
Mianmar rejeitou as conclusões da ONU, que classificou como "unilaterais", e disse que a ação militar, ocorrida após ataques de militantes às forças de segurança em agosto do ano passado, foi uma operação de contrainsurgência legítima.
O secretário geral da Anistia Internacional, Kumi Naidoo, disse nesta segunda-feira (12) que a medida é reação à "traição vergonhosa dos valores que ela já defendera" e que espera que Suu Kyi use sua autoridade moral para combater a injustiça em qualquer lugar, especialmente em Mianmar.
“Hoje, nós estamos profundamente entristecidos que você não mais represente um símbolo de paz, coragem e defesa dos direitos humanos", disse Naidoo.
Em setembro, Suu Kyi disse que, em retrospecto, seu governo poderia ter lidado melhor com a situação no estado de Rakhine, mas não reconheceu nenhum crime grave.
A organização do Prêmio Nobel classificou como lamentável a atitude da líder birmanesa, mas disse que manterá o prêmio concedido a ela.
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