Um navio-hospital da Marinha dos EUA está percorrendo a América Latina atendendo cerca de mil pacientes por dia, muitos deles migrantes venezuelanos.
O USNS Comfort foi descrito como uma ameaça pelo ditador Nicolás Maduro e não passará pelo país em seu tour de 11 semanas. Mas seu itinerário inclui Equador, Peru e Colômbia, três dos principais destinos dos venezuelanos que fogem da crise política e econômica. Na volta, parará em Honduras, onde também atenderá a população.
A missão, que partiu do estado da Virgínia (EUA) no dia 11 de outubro, passou pelo Equador e atualmente está no norte do Peru.
A tripulação é composta por cerca de 300 médicos, enfermeiras e técnicos militares dos EUA e de outros países —há, inclusive, médicos venezuelanos que vivem nos EUA e se voluntariaram para a missão.
O navio-hospital está equipado para atender 750 pacientes e realizar 20 cirurgias por dia, mas o número de atendimentos diários tem chegado a mil.
Segundo autoridades de migração, desde janeiro de 2017, 550 mil venezuelanos entraram no Peru. Muitos deles, ao não encontrar trabalho em Lima, foram para o interior. Em outubro, finalizou o prazo para que migrantes vindos desse país pudessem entrar e permanecer em território peruana sem necessidade de apresentar passaporte.
Colômbia e Honduras serão os próximos destinos. Um dos portos colombianos de parada fica a apenas uma hora de carro da fronteira com a Venezuela.
Um relatório publicado em outubro por um grupo da sociedade civil da Venezuela estima que 20 mil médicos deixaram o país desde 2012.
O governo venezuelano permitiu que um navio-hospital chinês visitasse o país em setembro, mas recusou ajuda humanitária de países ocidentais, afirmando que se trata de um complô para se intrometer em assuntos internos.
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