Chega à França suspeito do ataque ao jornal Charlie Hebdo

Peter Cherif é acusado de terrorismo pelas autoridades francesas

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Paris | Associated Press e RFI

Peter Cherif, suspeito de participar do ataque ao jornal Charlie Hebdo, que deixou 12 mortos em 2015 na cidade de Paris, chegou neste domingo (23) à França.

Preso no Djibuti, Cherif é acusado pelas autoridades francesas de terrorismo e associação criminosa com células terroristas. Ele tinha viajado para o Iraque e a Síria no início dos anos 2000 e estava sendo procurado pelas autoridades desde 2011.

De acordo com Florence Parly, ministra da Defesa da França, Cherif, conhecido como Abu Hamza, era amigo próximo dos dois irmãos Chérif Kouachi e Amédy Coulibaly.

É uma excelente notícia porque esse terrorista teve um papel importante na organização do atentado contra o Charlie Hebdo", disse Parly, durante entrevista à rádio RTL na última sexta-feira (21). "Isso prova que a luta contra o terrorismo é um trabalho a longo prazo e que, quando se mantém o compromisso e a determinação, os resultados aparecem", completou.

No entanto, fontes judiciais contradisseram a ministra, afirmando que Peter Cherif não está sendo investigado no caso Charlie Hebdoapesar de ter tido um mandado de prisão internacional expedido contra ele.

"Dizer que alguém é o possível mandante de um crime, sem apresentar todos os elementos que sustentem essa tese, é perturbador para as vítimas", disse o advogado Antoine Lecomte, que defende familiares que perderam entes queridos nos ataques de janeiro de 2015.

Investigação encerrada

A investigação do ataque ao Charlie Hebdo, que também envolveram o assassinato de uma policial em Montrouge e diversas mortes na mercearia judaica Hyper Cacher, foram encerradas recentemente.

A procuradoria de Paris anunciou na sexta-feira (21) ter indiciado 14 pessoas, por envolvimento, em diversos níveis, nesses atentados. Inclusive três pessoas que fugiram para Síria e que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça.

Condenado a 15 anos em Bagdá

Além de ser amigo dos irmãos Kouachi, Cherif fez parte de um grupo extremista criado em uma região de Paris (Buttes-Chaumont), antes de se juntar à Al-Qaeda, no Iraque. 

Cherif também está na lista negra de "combatentes terroristas estrangeiros" dos EUA. Ele foi preso uma primeira vez em Falloujah, no Iraque, em 2004, quando fez parte da Al-Qaeda, e foi condenado a 15 anos de prisão em Bagdá. Em 2007, ele conseguiu fugir para a Síria.

Na sequência, ele foi extraditado para a França, onde ficou preso por 18 meses. Ele havia desaparecido em março de 2011, no último dia de seu processo em Paris, quando fugiu em direção ao Iêmen.

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